Tecnologia obriga indústria a capacitar 10,5 milhões até 2023; conheça novas profissões

Segundo Marcio Guerra, gerente de estudos e prospectiva do Senai, as profissões com maior destaque nos próximos anos serão aquelas de base tecnológica, como engenharia de automação, mecatrônica, tecnologia da informação e as ligadas ao desenvolvimento de software.

O Mapa do Trabalho Industrial 2019–2023 detectou potencial de criação de 33.453 vagas relacionadas às mudanças tecnológicas. Em números absolutos, as maiores gerações de emprego ocorrerão nas ocupações de instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados (14.367), operadores de máquinas de usinagem (5.356) e técnicos mecânicos na manutenção de máquinas, sistemas e instrumentos (3.560). Essas funções exigem nível técnico ou qualificação de mais de 200 horas.

Em taxas percentuais, o maior crescimento no número de empregados nos próximos quatro anos deverá beneficiar o mercado de condutores de processos robotizados (22,9%), de nível superior. Em seguida, vêm técnicos em mecânica veicular (19,9%) e mais duas ocupações de nível superior: engenheiros ambientais e afins (19,4%) e pesquisadores de engenharia e tecnologia (17,9%). Os desempenhos são superiores à estimativa de 8,5% de crescimento dos empregos na indústria entre 2019 e 2023.

O professor Frederico Divino Dias, dos cursos de comunicação, gastronomia e enfermagem das faculdades Kennedy e Promove, e que é doutorando em Sistema da Informação, diz que não há profissão nos dias atuais que sobreviva sem a tecnologia. “A tecnologia deve começar na base, no ensino fundamental para que as pessoas comecem desde cedo a lidar com a nova linguagem e com a automação”, afirma.

Em relação à necessidade total de capacitação de trabalhadores (empregados atuais e novos), o Senai constatou que as funções transversais, que permitem ao profissional trabalhar em indústrias de qualquer área, exigirão a maior demanda de formação profissional. Dos 10,5 milhões de trabalhadores que precisam ser qualificados, 1,7 milhão atuam nessa categoria, que abrange profissionais de pesquisa e desenvolvimento, técnicos de controle da produção e desenhistas industriais, entre outras carreiras.

As demais ocupações que demandarão formação profissional nos próximos anos são metalme-cânica (1,6 milhão), construção (1,3 milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentos (754 mil), informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil) e energia e telecomunicações (359 mil).  Embora essas funções se caracterizem por conhecimentos de base industrial, esses trabalhadores podem atuar tanto na indústria quanto em outros setores.

Apenas nos empregos de nível superior, as áreas que mais precisarão de profissionais qualificados até 2023 são informática (368 mil), gestão (254,8 mil), construção (81 mil), metalmecânica (56,4 mil) e produção (40,3 mil). No nível técnico, as demandas se concentram nos segmentos de logística e transporte (495,2 mil), metalmecânica (217,7 mil), energia e telecomunicações (181,4 mil), eletroeletrônica (160,4 mil), informática (160 mil) e construção (120,9 mil).

As indústrias

Marcio Guerra, gerente de Estudos e Prospectiva do Senai, afirma que se, por um lado, o empregado precisa se capacitar, por outro, a indústria necessita desse profissional para crescer. “É uma janela para se elevar a competividade e oportunidade de entrar na agenda do avanço tecnológico. O processo de capacidação é constante. Os brasileiros têm essa cultura do fato de estarem empregados e terem uma margem de segurança. Mas a verdade é que a capacitação deve ser frequente. Com o tempo e as mudanças tecnológicas, o trabalhador vai precisar se qualificar sempre”, afirma.

Guerra diz que os estados do Sul e Sudeste saem na frente por causa da base tecnológica já construída. Peguntado sobre Minas Gerais, ele disse que o Estado tem uma base tecnológica consolidada, possui universidades e centros de tecnologias, que favorecem esse processo de mudança.

* Fonte: Agência Brasil

Postado originalmente por: Portal Sete

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