Venezuelano e dois filhos são acolhidos por família de Piedade de Caratinga através de organização humanitária

Desde 2015, a Venezuela passa por uma crise socioeconômica e política, que levou mais de 5 milhões de pessoas a deixarem o país. Por consequência, a crise também se tornou humanitária e os venezuelanos que chegam ao Brasil pela fronteira com Roraima enfrentam uma jornada até se deslocarem a outros estados para, enfim, recomeçar a vida. O processo de interiorização dos emigrantes alivia o fluxo na zona fronteiriça ao mesmo tempo em que facilita a eles a retomada do trabalho, a adaptação ao país e o aconchego ao novo lar.

Piedade de Caratinga recebeu uma família de venezuelanos nesta terça-feira (28). Orlando Antônio, de 48 anos, e seus dois filhos de 16 e 18 anos, chegaram ao município por intermédio da organização humanitária “Refúgio 343”, que resgata famílias venezuelanas refugiadas no Brasil. Através do processo de interiorização, o “Refúgio” promove a reinserção socioeconômica destas pessoas no território nacional, contando com empresas e a sociedade civil.

O venezuelano Orlando disse ter boas expectativas em sua nova morada e que está feliz em poder trabalhar e ajudar o restante da família que ficou na Venezuela.


Em entrevista à Rádio Cidade, Soraya Rezende e o marido Lázaro, moradores de Piedade, acolheram a família venezuelana. Eles conheceram o projeto “Refúgio 343” através uma amiga e decidiram se candidatar a família acolhedora. Depois de cumpridas as etapas do processo, ela se diz grata por ter a oportunidade de ajudar Orlando e os filhos neste momento difícil.

Rafael Brandão, um dos integrantes da Organização Internacional para as Migrações, explicou que o “Refúgio 343” trabalha em parceria com as principais organizações envolvidas na resposta a esta crise, entre elas a Fraternidade Sem Fronteiras, Forças Armadas Brasileiras, ONU entre outras.

 

Os venezuelanos são o segundo maior grupo populacional deslocado do mundo, ficando atrás apenas dos refugiados sírios, que alcançam 5,6 milhões de pessoas. O Brasil já recebeu 264 mil venezuelanos (5° país que mais acolhe).

Para acolher o fluxo migratório existem 11 abrigos em Boa Vista e 2 na cidade de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, comportando juntos 6,5 mil pessoas. Não há espaço para todos, estima-se que mais de 4 mil vivem na rodoviária e prédios abandonados de Boa Vista, entre os outros espalhados pelas ruas de Roraima.

Para conhecer mais sobre o projeto de resgate e acolhimento dos refugiados venezuelanos no Brasil, basta acessar o site www.refugio343.org.br. A organização tem este nome, porque 343 é o número da primeira residência que acolheu um refugiado a partir dos esforços de seus fundadores.

Postado originalmente por: Rádio Cidade – Caratinga / MG

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