Com estoque abaixo do mínimo, Banco de Leite de Uberaba convoca doadoras

Foto/Jairo Chagas


O Banco de Leite Humano de Uberaba está com menos da metade do mínimo ideal em estoque, correndo o risco de não ter mais leite antes que o mês acabe

Banco de Leite Humano (BLH) de Uberaba está com estoque abaixo do mínimo. Há 17L de leite armazenados, enquanto o mínimo ideal é de 40L por mês, informou a médica responsável pelo banco, Cristina Gobbo Cançado, nesta terça-feira (19), data em que é comemorado o Dia Mundial da Doação do Leite Humano.

“Se mantivermos assim, talvez até o final do mês estaremos com o estoque zerado”, alerta. Como serviço essencial, o BLH segue funcionando em meio à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com Cançado, houve queda na doação pelo medo das lactantes em recepcionarem – mesmo que do lado de fora – o profissional de enfermagem que, semanalmente, recolhe o frasco com o leite na casa da doadora.

“Se houver necessidade de entrar na casa da doadora, a gente toma todos os cuidados, como qualquer outro serviço de saúde”, acrescenta.
Certos cuidados foram intensificados durante a pandemia, como o uso constante de álcool em gel e a troca de luvas a cada ponto de parada na rota de coleta, aponta a médica.

Além disso, até então, os profissionais questionavam apenas sobre o estado de saúde da lactante no ato da visita. Agora, o quadro de saúde dos familiares também é atualizado.

“Se um contactante estiver com síndrome gripal, essa doadora vai interromper a doação pelo período de 14 dias para observação até ter um diagnóstico para confirmar se se trata de um caso de Covid-19 ou não”, observa.

Em nota técnica publicada em abril, o Ministério da Saúde mantém a recomendação de doação de leite humano somente por lactantes saudáveis e sem contato domiciliar com pessoa com síndrome gripal.

De acordo com o documento, até o momento da publicação, não havia evidências sobre a transmissão do coronavírus através da amamentação, embora a escassez de evidências científicas não possibilite o consenso em relação à recomendação sobre a doação de leite por mulheres potencialmente infectadas pelo SARS-Cov-2.

Ainda na nota, o Ministério enfatiza que contraindica a doação por mulheres com sintomas compatíveis com síndrome gripal, infecção respiratória ou confirmação de caso da Covid-19. O desaconselhamento é estendido a mulheres contatos domiciliares de casos com síndrome gripal ou caso confirmado da doença.

Segundo a ginecologista e obstetra Priscila Morelli, o aleitamento materno não deve ser interrompido nem se a mãe estiver com suspeita ou até mesmo confirmação de Covid-19. “O Ministério da Saúde recomenda que a prática continue sendo realizada mesmo em casos de infecção materna, desde que ela queira amamentar e tenha condições clínicas para isso”, explica. Ela acrescenta que a medida é aconselhada ante os inúmeros benefícios do aleitamento materno, que superam os riscos mesmo se a mãe for infectada.

Mas, para isso é preciso seguir rigorosamente as recomendações de saúde. Priscila Morelli explica que a mãe deve lavar as mãos por pelo menos 20 segundos antes de tocar no bebê ou de retirar o leite; usar máscara facial cobrindo o nariz e a boca – mesmo de máscara, é importante evitar falar ou tossir durante o aleitamento. A máscara deve ser retirada imediatamente após tosse ou espirro da mãe e sempre trocada a cada mamada. Mães que optam pela bomba extratora devem redobrar os cuidados de higienização.
 

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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