Compra de gás ainda exige espera em filas, mesmo com fim da greve

Revendedoras de gás em Uberaba continuam registrando filas e falta do produto. A situação ainda é em decorrência da paralisação dos caminhoneiros, que acabou há mais de uma semana, mas a situação em alguns setores não retornou à normalidade, como na venda de gás, sendo que ainda existem filas e a entrega pelas distribuidoras não está acontecendo como antes da greve.
Abel Ricardo da Silva é revendedor e presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás de Uberaba e, de acordo com ele, ainda é possível encontrar filas nas empresas. “Pelo que estou percebendo, as pessoas estão receosas e comprando gás para estoque, isso faz com que a demanda seja maior que a oferta e, por isto, o produto acaba nas revendedoras. Mas acredito que com o passar dos dias a situação comece a se normalizar”, explica Abel.
Contudo, Abel revela que o fornecimento às revendedoras também não está como antes. De acordo ele, no caso da sua empresa, está recebendo 30% do volume que recebia antes do movimento, com entregas uma vez na semana, e antes eram duas cargas. Em outros estabelecimentos a situação é ainda mais delicada, com o volume de produtos entregues ainda mais baixo.
Recentemente, alguns leitores procuraram o Jornal da Manhã para reclamar da reserva de gás. De acordo com leitor, ele não conseguiu comprar o produto, pois nas lojas que procurou o que tinha disponível estava reservado. Abel revela que as lojas não devem adotar a prática e, no caso dele, não faz reserva. Ele conta também que ainda não retomou as entregas em residência por conta da alta demanda. Quanto ao preço praticado, o valor mais comum encontrado é de R$75 pelo botijão do gás de cozinha de 13kg.
Recusa de venda sob alegação de reserva pode ser prática abusiva. Fundação Procon orienta consumidor quanto à reserva de gás. Para questionar se a prática seria permitida, o Jornal da Manhã conversou com o presidente da Fundação Procon de Uberaba, Rodrigo Mateus, e ele acredita que, conforme o Código de Defesa do Consumidor, a prática não pode ser adotada, pois trata-se de um produto que não é comum realizar reservas. “Fazendo análise, por alto, entendo que pode ser uma prática abusiva, pois existe uma previsão no CDC de que o fornecedor não pode recusar a venda de produtos ou a prestação de serviço na medida das suas possibilidades. E como reservar gás não é um costume comercial, acredito que aplicamos esse dispositivo do código. É uma situação diferente de restaurantes, por exemplo, em que há um costume comercial de fazer reservas de mesas. Portanto, o estabelecimento, tendo o produto, não pode se recusar a vender. Assim, se encontrar alguma revendedora fazendo reserva, entre em contato com o órgão, que os fiscais farão algo”, diz.

Postado originalmente por: JM Online

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