Família denuncia contaminação de idosa por coronavírus no HC/UFTM


Homem de 92 anos, testado positivo para Covid-19, estaria em enfermaria com outros doentes, incluindo a idosa, que posteriormente foi transferida para o Hospital Regional (Foto/Arquivo)

Após se internar para um cateterismo no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/UFTM), a aposentada Maria do Carmo Silva, de 80 anos, foi transferida para o Hospital Regional com suspeita de Covid-19.

A família acusa o hospital de favorecer o contágio, visto que a aposentada, após o procedimento, ficou na enfermaria ao lado de outro idoso, de 92 anos, que apresentava sintomas da doença. Segundo a esteticista animal Marisa Emília Silva Santos, filha de Maria do Carmo, o idoso se tratava de uma pneumonia e, logo depois, servidores afirmaram que seria Covid-19. “Como colocam o senhor, que apresenta todos os sintomas do novo coronavírus, com outros pacientes?”, questiona a filha, revoltada com a situação da mãe, que também sofre de ansiedade.

Além disso, ela informa que, com a suspeita de Covid-19, a mãe foi transferida “na surdina” para o Hospital Regional, visto que o traslado ocorreu na madrugada de terça-feira (14) para quarta-feira. Lá, a família critica a falta de informações sobre a paciente, a impossibilidade de visitá-la e de até deixar um celular com ela, para amenizar a distância com a família. Os boletins médicos acontecem apenas uma vez ao dia, às 16h “Minha mãe vai piorar com esta situação. Ela não tem estrutura emocional para lidar com este isolamento”, diz.

Somente na tarde da quinta-feira (16) a família recebeu a notícia de que a aposentada testou positivo para Covid-19. Além disso, a filha da aposentada também está em isolamento social, com suspeita da doença.

Paciente em enfermaria teria entrado com insuficiência cardíaca, diz HC

Hospital de Clínicas nega a acusação da família da aposentada. Por meio da assessoria de imprensa, a unidade hospitalar esclarece que o idoso de 92 anos deu entrada com quadro de insuficiência cardíaca, sem sintomas de Covid-19 e com histórico de teste negativo para a doença. Somente após exames de imagem para investigar o quadro cardíaco, houve indícios de que poderia existir infecção pelo coronavírus.

Imediatamente, o senhor foi isolado para realização de exame. Os demais ocupantes da enfermaria foram transferidos para outro ambiente, onde ficaram em observação até que saísse o resultado do teste, que foi positivo. Como isto, os demais pacientes foram transferidos para o Hospital Regional, seguindo o que preconiza o protocolo dos casos de pacientes que têm contato com outros com a doença.

Quanto ao horário de transferência, o HC/UFTM informa que ocorre de acordo com a disponibilização da vaga, não havendo qualquer ingerência sobre a decisão. Ainda segundo a nota, todos os pacientes com suspeita da doença são alocados em área específica e, durante o período de pandemia, todos os visitantes e acompanhantes passam por triagem individual antes de dar entrada na unidade hospitalar, de modo a avaliar a existência de sintomas para síndrome gripal e maximizar a segurança aos pacientes em geral. 

SMS afirma que Hospital Regional segue protocolos de unidade que atende Covid-19

A Secretaria de Saúde, por meio da assessoria de imprensa, esclarece que a paciente deu entrada na quarta-feira (15) no Hospital Regional. A partir daí ela foi recepcionada pelos médicos, quando deram início à avaliação do caso para começar o tratamento, garantindo os primeiros procedimentos para sua estabilidade. Em relação às informações da família, a PMU diz que há um horário específico para o boletim médico, momento em que tudo é repassado e as dúvidas sanadas. Quanto ao celular, o equipamento não é permitido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por diversos motivos, como, por exemplo, a possível interferência nos equipamentos necessários para manter os leitos.

A SMS diz entender a preocupação e a angústia da família, mas os médicos trabalham para atender a paciente e na hora agendada repassará as informações aos familiares. Ainda segundo a pasta, o HR, dentro do plano de contingência, “opera” totalmente para atendimento a pacientes positivos ou suspeitos para a Covid-19. Neste sentido, as regras são rigorosas, bem como com os contatos externos. “Assim, obedecer às regras faz parte do protocolo que deve ser respeitado para segurança de todos”, finaliza o texto.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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