Famílias de mulheres assassinadas fazem protesto para pedir Justiça

Jairo Chagas

Nem mesmo a leve chuva afastou os manifestantes do objetivo de manifestar o desejo de justiça em nome das vítimas de violência de seus ex-companheiros 
 
Ato aconteceu diante da sede do Ministério Público e do Fórum Melo Viana, onde os manifestantes portavam cartazes e sopravam apitos 
Grupo de familiares de quatro mulheres violentamente assassinadas em Uberaba fez protesto na porta do Ministério Público de Minas Gerais e caminhou até o Fórum Melo Viana pedindo justiça. Cerca de 50 pessoas, entre familiares e amigos de Lucimar Rocha Alves, Miriam Grazielle Alves dos Santos, Mariane Cristiane dos Santos e Talys Aparecida Lamounier, gritaram palavras de ordem, sopraram apitos empunhando cartazes pedindo que elas não sejam esquecidas e oraram em memória das vítimas.

Nem mesmo a leve chuva que caía no bairro Santa Marta conseguiu afastar, dos olhares das famílias, a tristeza, a revolta e o medo de não verem a justiça ser feita para estas mulheres. Em todos os casos, há um fato em comum, todas foram vítimas da violência de companheiros enciumados ou incapazes de aceitar a separação decidida por elas.

Taís Viviane Gomes, mãe de Talys, também foi vítima de Lucas Ribeiro de Paula em outubro de 2015, mas sobreviveu. Hoje, ela espera assistir ao julgamento do homem que destruiu sua felicidade e vê-lo preso pelo resto da vida. Lucas seria julgado em novembro de 2017, mas teve o júri adiado para substituição da defesa. Para Helenice Rocha Alves Carvalho, irmã de Lucimar e tia de Miriam, a justiça no Brasil é lenta e ela teme que o homem que tirou a vida de duas pessoas de sua família seja solto para responder ao crime em liberdade. Graziela Rosa, amiga íntima de Lucimar, tem certeza que ele premeditou os homicídios e reivindica que o ex-marido da amiga também seja condenado e continue preso pelo resto da vida.

A situação mais dramática é da família de Mariane, assassinada pelas costas pelo próprio marido, agente penitenciário, que já se apresentou à Polícia e responde à investigação em liberdade. Ela foi morta a tiros, em sua própria casa, no bairro Alfredo Freire, no dia 1º de janeiro de 2018. O marido é investigado pela Delegacia de Homicídios.

Para o primo da vítima, Edson Rodrigues Júnior, o corporativismo estaria ajudando o assassino de Mariane a ficar impune. “Decidimos fazer esse protesto não só por ela, mas por todos os casos. Basta ver, só este ano, quantas mulheres morreram em Uberaba por crime doméstico. Ela (Mariane) tomou quatro tiros nas costas. Ela tomou o primeiro tiro, caiu no chão e depois ele descarregou a arma. Foi uma execução e uma pessoa dessa tem que ter um tratamento diferente”, afirma.

Os pais de Mariane, cujo autor do crime é o único que está em liberdade, foram recebidos pelo promotor criminal Laércio Conceição Lima que ofereceu orientações a respeito dos procedimentos adotados em casos de homicídio, segundo o Código de Processo Penal, e se prontificou a ajudar, caso necessário. 

 
 

Postado originalmente por: JM Online

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