Funcionários da Ebserh entram em greve contra corte em salários

Servidores terceirizados e do administrativo do Hospital de Clínicas realizaram ontem manifestação pedindo vacinas

Funcionários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) lotados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) marcaram para amanhã, dia 13 de maio, deflagração de greve. A motivação do movimento é o corte salarial pretendido pela empresa, que deve mudar a fórmula de cálculo do adicional de insalubridade, que hoje é de 40% sobre o salário base do trabalhador e passaria a ser sobre o salário mínimo.

Os trabalhadores aderiram ao movimento nacional, que marcou o início da paralisação após não obter avanços nas negociações do acordo coletivo de trabalho. Eliseu Campos, enfermeiro e membro do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG), contou que a proposta do Ebserh é reduzir o cálculo do adicional de insalubridade e dar aumento salarial de R$500,00. Para o enfermeiro, a proposta é uma “pegadinha”, e disse que o valor que os profissionais de Saúde recebem com o adicional às vezes chega a ser até três ou quatro vezes a mais que o aumento proposto pela empresa. Eliseu disse que a proposta é vantajosa para os servidores do setor administrativo que não recebem o adicional.

A organização do movimento ainda está em fase de negociação com a direção do Hospital de Clínicas. “A ordem judicial determina que 70% da mão de obra precisa permanecer trabalhando; os 30% que pararem vai gerar impacto gigantesco, porque o hospital já está no limite”, disse Eliseu. O enfermeiro contou que tem muita adesão ao movimento dos profissionais da linha de frente do HC-UFTM.

“O Ministério da Economia vê a necessidade de reduzir gastos da Saúde e querem cortar a insalubridade de quem está na linha de frente, e a gente acha que não é o local que tem que cortar não”, avaliou Eliseu. De acordo com o relato do representante do movimento em Uberaba, a decisão do corte está gerando muita revolta entre os profissionais, visto que, além de estarem colocando a própria saúde em risco, acabam colocando em risco também seus familiares, por estarem lidando diretamente com o vírus.

A paralisação está marcada para ter início amanhã, a partir das 6h30. Eliseu contou que a promessa é de 100% de adesão entre os profissionais da linha de frente do pronto-socorro adulto, pronto-socorro infantil, pronto-socorro de ginecologia e obstetrícia, clínicas médicas e clínicas cirúrgicas. “Esses são os trabalhadores mais afetados pelo corte que já aconteceu e está gerando revolta muito grande. Foram 240 pessoas que tiveram cortes em seus salários”, disse o enfermeiro. O movimento é por tempo indeterminado, até os profissionais conseguirem avançar nas negociações salariais, e, conforme Eliseu, tem o apoio dos sindicatos que representam as categorias dos profissionais envolvidos, sendo eles os de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

Foto: Jairo Chagas

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