Pacientes de Covid-19 podem ser transferidos para outras regiões

Com a curva em crescimento dos casos de Covid-19 no Estado de Minas Gerais, o governo sinaliza para possibilidades de transferência de pacientes de uma macrorregião sanitária para outra, por eventual alta demanda por internações. A hipótese deixa em alerta municípios próximos a Uberlândia, como é o caso de Uberaba, uma vez que a cidade vizinha está com o sistema de saúde próximo ao colapso.

Durante coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, destacou que configuraria um ponto de alerta quando se verifica uma taxa de ocupação que passe a casa dos 90%, com permanência nesse patamar.

“Ultrapassando esse número, com a taxa de ocupação ficando fixa nessa casa, se não tiver um outro motivo que possa justificar o índice, isso sim nos chama atenção no sentido de nós passarmos para outras fases do plano de contingência. Nesse contexto, havendo necessidade, nós podemos transportar pacientes com a covid-19 ou pacientes com outras doenças no sentido de desocupar o leito para tratamento”.

Em Uberlândia, a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 90% no sistema público de saúde, segundo dados divulgados pelo boletim epidemiológico da cidade nestas segunda, terça e quarta-feira, sendo que nem todos são pacientes com coronavírus. Isso significa que a rede municipal tem 6 leitos disponíveis, de acordo com a Prefeitura.

Questionada sobre a possibilidade de transferência de pacientes para outras regiões para desafogar o sistema local de saúde, a secretaria municipal de Uberlândia ainda não se posicionou.

A pouco mais de 100 km de Uberlândia está o município de Uberaba, que apesar de ter uma crescente no número de casos do novo coronavírus, tem baixa demanda. A taxa de ocupação de leitos de UTI ainda é de 22% e poderia ser uma alternativa para os pacientes da cidade vizinha. Mas o município ainda não recebeu nenhum contato para possibilitar o trâmite.

De acordo com o secretário de Saúde em Uberaba, Iraci de Souza Neto, a taxa de ocupação de Uberlândia se mantém alta, no limite de falta de leitos, visto média de 90% da taxa de ocupação, que é uma situação bastante crítica. “Vale lembrar que Uberlândia presta atendimento de saúde a toda uma região e ao próprio município”.

Ainda de acordo com Iraci, existe em cada região de saúde um processo de regulação de leitos, e o município de Uberlândia não entrou e possivelmente não entrará em contato diretamente com o município de Uberaba, pois lá a regulação é feita pelo sistema que é coordenado pelo Estado, o SUS-Fácil, “e o município de Uberaba não usa o SUS-Fácil na sua integralidade, pois tem o SisReg que é um gerenciamento de leitos próprio”.

E conclui que pode haver, ao longo do tempo, uma necessidade de transferência de paciente de outras regiões, até para Uberaba, que tem hoje uma taxa de ocupação baixa, “mas é preciso um alinhamento prévio de sistemas e também um acerto em relação à gestão estadual da regulação de leitos com a Secretaria Municipal de Saúde. Até o momento não houve nenhum contato para discutir sobre essa possibilidade ou não”.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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