Com ameaça de sair do ProFUT, Cruzeiro tem que agir rápido, para não acontecer o pior momento desta crise.

Avisado pela Apfut, órgão público que fiscaliza o cumprimento do Profut, o Cruzeiro está próximo de ser excluído do programa do governo federal para o refinanciamento de dívidas fiscais. A informação foi confirmada ao blog na tarde desta terça-feira por Saulo Fróes, presidente do conselho gestor que administra provisoriamente o clube.

A associação está inadimplente no pagamento de impostos correntes e das parcelas do Profut. Além disso, a sua avaliação foi prejudicada pela decisão da presidência de Wagner Pires de Sá, no ano passado, de contabilizar irregularmente a venda do uruguaio Arrascaeta no Balanço de 2018 – o meia foi vendido apenas em 2019.

Caso seja mesmo excluído em definitivo do Profut, o Cruzeiro perderá todos os benefícios que obteve no momento da adesão e voltará a ter receitas bloqueadas e penhoradas pelo governo.

Existe possibilidade de recurso. A diretoria do clube celeste poderá apresentá-lo ao plenário da Apfut, a Autoridade Pública de Governança do Futebol, criada em 2015 para fiscalizar o refinanciamento fiscal.

“Nós estivemos na semana passada com o presidente da Apfut para falar sobre esse assunto e fomos comunicados de que receberemos a notificação. Nós iremos entrar com recurso e temos grandes chances de reverter. Demonstramos que hoje o clube está sendo gerido por pessoas sérias e compromissadas” – afirmou Saulo Fróes em mensagem ao blog.

A defesa do Cruzeiro e a análise da Apfut no plenário precisarão aguardar a nomeação de todos os membros do órgão. A Secretaria Especial do Esporte (em substituição ao Ministério do Esporte) nomeou o contador Benny Kessel para a presidência no segundo semestre do ano passado, mas ainda está pendente a nomeação dos demais integrantes.

Na lista de devedores da PGFN, o Cruzeiro aparece com R$ 262 milhões em impostos não pagos – dos quais R$ 254 milhões correspondem a dívidas tributárias (como Imposto de Renda de funcionários retido pelo clube, mas não repassado ao governo) e R$ 8 milhões em dívidas previdenciárias (como INSS).

A quantia inclui apenas a impostos correntes, ou seja, não inclui dívidas reparceladas com o governo federal pelo Cruzeiro por meio do Profut.

De acordo com o balanço financeiro mais recente publicado pelo clube, referente ao exercício de 2018, havia R$ 176 milhões refinanciados por meio do Profut. Este valor pode ter aumentado no decorrer de 2019 devido a juros e não pagamento das parcelas do programa do governo.

Texto de Rodrigo Campello

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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