Em meio a maior crise de sua história, Sérgio Rodrigues será eleito presidente do centenário do Cruzeiro.

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Pela segunda vez no ano, o Cruzeiro vive um dia de eleição presidencial. A primeira foi em maio e teve Sérgio Rodrigues eleito para mandato-tampão. Agora, como candidato único, ele será novamente o escolhido, mas para comandar o clube no triênio 2021-2023, diante de um cenário financeiro similar ao de quatro meses atrás. E com o futebol respirando por aparelhos.

Na noite desta quarta-feira, em cerimônia protocolar, Sérgio será oficialmente eleito o presidente, com a responsabilidade de estar à frente da instituição (agora a longo prazo) em seu momento mais complicado, a menos de três meses de completar cem anos de história.

O objetivo mais urgente, claro, é manter as contas em dia. Em meio à pandemia, o clube voltou a ter dificuldades para pagar os salários do elenco profissional masculino. Quando Sérgio assumiu, inclusive, precisou quitar folhas em atraso. Nesta quarta, vence a folha de setembro, e a de agosto ainda está em aberto.

Esse tipo de dificuldade é o que motiva a venda de jogadores com valores que podem, sim, ser considerados ínfimos. Foi assim, já na gestão de Sérgio, com o zagueiro Edu, vendido por R$ 3 milhões e com o Caio Rosa, com o Al Sharjah. O atacante, considerado uma das principais revelações recentes do clube, teve 80% dos direitos negociados por R$ 3,4 milhões.

Enquanto busca por recursos para pagar salários, a diretoria também precisa se planejar para quitar dívidas da Fifa. Alguns acordos foram feitos, mas outros ainda estão em negociação. Um débito como esse, inclusive, fez o time começar a Série B com seis pontos negativos (a punição ocorreu com o conselho gestor, não com Sérgio).

Na gestão do atual presidente, a punição estabelecida foi proibir o Cruzeiro de registrar reforços, por não pagar a dívida de 1,1 milhão de euros (R$ 7,2 milhões pela atual cotação), referente à compra do atacante Willian, em 2014, junto ao FC Zorya, da Ucrânia. O clube recorreu há mais de um mês, mas a resposta só deve vir na segunda quinzena de outubro, sem data certa.

O processo é considerado difícil e, caso a Fifa indefira o recurso do clube, a única alternativa para voltar a inscrever os reforços será pagar o valor. Vale lembrar que Giovanni Piccolomo, Matheus Índio e Iván Angulo já treinam na Toca, à espera apenas da resolução deste problema.

Sem poder (por questões financeiras e pelo débito da Fifa) aumentar muito a folha salarial, o Cruzeiro ainda precisa tentar melhorar o desempenho em campo. O retorno à Série A, que era tido como praticamente certo no início da Série B, hoje está muito distante. O time está na zona de rebaixamento, com apenas 11 pontos.

A luta, hoje, é contra mais um descenso, mas não subir já causaria um tremendo prejuízo, não só desportivo, mas também financeiro. Com uma dívida geral que se aproxima de R$ 1 bilhão, o clube negociou para começar a pagar vários débitos a partir de 2021, justamente pensando no aumento de receitas com o retorno à elite nacional. Jogadores que permaneceram de 2019 para 2020 também negociaram os salários, para receberem dentro do teto estabelecido, com o restante sendo pago a partir de maio do ano que vem.

Mais um problema que terá que ser resolvido por Sérgio Rodrigues, caso realmente aconteça, já que o presidente em 2021 será ele. A missão será dele e do restante da chapa, formada também pelos vices Lidson Potsch Magalhães e Biagio Teodoro Peluso. No próximo mês, também deve ser eleito o presidente do conselho deliberativo. Paulo Pedrosa, que está no cargo atualmente, não poderá se reeleger.

 

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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