Ex CEO do Cruzeiro diz que situação é catastrófica

Vittorio Medioli usou as redes sociais para falar pela primeira vez após sua saída da direção executiva do Cruzeiro. O atual prefeito de Betim, em um vídeo publicado na própria página oficial, falou sobre a administrações do clube, afirmou que o Cruzeiro virou cabide de emprego e que a dívida passa de R$ 1 bilhão, se somada a renegociação do Profut (Programa de Modernização da Gestão de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro).

“Numa situação catastrofista, como é o Cruzeiro, a cada dia aparece mais dívidas. A última conta vai chegar a R$ 800 milhões. Toda hora aparece um contrato (…). A maioria é fiscal. Lá, foi feito um Refis (Programa de Recuperação Fiscal) que chama Profut e tem três anos que não paga (…) para renovar precisa gastar mais R$ 200 milhões, dentro dos 800 milhões que estão falando como não tem esses 200 milhões e a dívida (do Cruzeiro) vai para R$ 1 bilhão”.

Um dos pontos levantados foi o comportamento de jogadores, principalmente relativo às noitadas e ingestão de bebidas alcoólicas.

“Os atletas não tem uma regra como nós temos no vôlei. Tem que se abster de bebida alcoólica, tem que fazer análise de sangue, tem que ter nutricionista, não nutricionista de araque, nutricionista de verdade. Tem que ter todo um sistema para levar os atletas ao máximo desempenho. Eles tomam cachaça, ficam na gandaia e fica por isso mesmo, ninguém toma providência (…) – afirmou.

“Hoje as pessoas ficam tão distraídas em ganhar dinheiro com trambique lá dentro, que não cuida do atleta, não cuida do clube (…) no futebol tem dirigente que vai na gandaia junto com atleta. É um caso de polícia, tem que entrar lá dentro, despoluir e reconstruir, não é muito difícil”.

“Mandaram embora 100, eu ‘canetei‘ 83 porque eram parentes de conselheiro, cabide de emprego, super-salário. Esse corte foi de dois milhões e trezentos, metade da folha mensal foi reduzida com (a demissão) dessas 83 pessoas. A folha do Cruzeiro era de R$ 4,5 milhões, só esse corte foi quase metade. Tem muito mais a fazer. A folha dos atletas é R$ 16 milhões por mês. Com R$ 16 milhões por ano o Coritiba subiu da B para A. Nós, com 16 milhões por mês, caímos da A para B”.

“O torcedor tem que ser informado, tem que ter transparência. Uma gestão transparente ou uma gestão para parente? Lá é para parente! Cabidão de emprego, nepotismo para os amigos. Tem que moralizar”.

“Eu bato na necessidade de uma intervenção judicial porque recuperaria um prazo para renegociar essa situação. E como renegociar? Afinal, não é muito difícil. Nós já deixamos, nesse relatório, daqui alguns dias vão publicar, estão apenas esperando o que o Conselho vai fazer, entretanto tem que dar as vias de saída. Tem que fazer o dever de casa, doa a quem doer (…) agora, o Cruzeiro tem jeito. Precisa passar pelas vias legais, você não vai lá na porrada para consertar o Cruzeiro. Você tem que ter amparo legal. Hoje a lei não ampara as associações fechadas, não tem como ter falência, nem recuperação judicial. O Cruzeiro, falido do jeito que está, como é que vai renegociar? A associação não tem essa possibilidade. Se o governo federal agora aprovar uma lei que permite a recuperação judicial das associações, porque até então é proibido, se abre uma luz”.

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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