No Atlético, Cazares não é “insubstituível”.

O equatoriano Cazares, meia de 28 anos, tem contrato com o Atlético-MG até o fim de 2020. O clube já manifestou interesse em uma renovação, mas o jogador tem feito jogo duro e se aproxima dos seis meses finais do vínculo, quando poderá assinar um pré-contrato com qualquer equipe e deixar o Galo no fim do ano sem que o clube mineiro seja ressarcido.

“Tem que ver inclusive se o Sampaoli quer o Cazares. Isso vai ser conversado. Por enquanto, estamos com ele no elenco. O Alexandre (Mattos) abriu conversa pra que a gente possa renovar por mais um ano, mas não significa dizer que ele vai ficar aqui ano que vem. Se a gente renovar, vamos esticar o contrato pra que a gente possa ou ficar com ele mais um ano ou negociá-lo. Se não chegarmos num entendimento, a tendência dele é de fato ter o contrato encerrado no fim do ano” 

O mandatário alvinegro aproveitou a ocasião para argumentar que, para Cazares, ficar no Atlético pode ser o melhor caminho. Ele citou as dificuldades atuais dos clubes no mercado de transferências e mencionou até Elias, volante que deixou o Galo no fim do ano passado e ainda não definiu onde vai seguir sua carreira.

“Acredito que hoje a situação ficou um pouco mais complicada. Hoje, poucos times estão pensando em contratação. Até o mercado pra ele, Cazares, acho que também não está muito legal. Pode ser que interesse pra ele sentar com o Alexandre (Mattos), com seu procurador e encontrar um meio termo pra dar continuidade (no Atlético)” 

“Eu acho que ele tem que entender que está num time muito grande. O Atlético tem uma camisa muito forte e que dá a ele muita visibilidade. Vamos comparar com a situação do Elias, por exemplo. O Elias, no fim do ano passado, (…) havia até uma possibilidade de renovação. Chegamos a fazer uma proposta de renovar por um ano, depois aconteceu aquela questão da Sul-Americana (pênalti cometido por Elias eliminou o Galo do torneio), a torcida começou a ter certa aversão ao jogador, e houve um desinteresse de dar continuidade ao contrato dele. Muito bem. Cadê o Elias? Então… Ficam desdenhando… É o caso do Cazares”.

“O Cazares tem que olhar que está num grande clube. Com grande treinador, com grande torcida, com um grande diretor de futebol, com grandes outros jogadores, com alguns outros que virão pra agregar. (Um time) que vai brigar por coisa grande. Agora, se ele não tiver interesse”.

O dirigente argumentou que, no Atlético, ninguém é insubstituível.

“Amigo, a camisa do Atlético é centenária, são 112 anos. Não existe ninguém insubstituível, ninguém. Alguns jogadores já quiseram sair, bateram o pé. Meu amigo, então está certo. Vou fazer o quê? Não vou pagar o caminhão de dinheiro que você quer se a gente entende que não é o que você vale. Vou pagar aquilo que já é alto, a maioria dos salários, pagar aquilo que a gente considera como mais do que justo, e tudo bem, é o que a gente pode fazer. Temos que ter responsabilidade na condução do dia a dia, de acertos de salários, etc”.

O Atlético teve, nesta temporada, a possibilidade de “fazer dinheiro” com Cazares. O clube teve em mãos uma proposta do Al Ain, dos Emirados Árabes, mas optou por recusar. Sette Câmara cita valores e justifica a decisão tomada naquele momento.

“Tivemos uma possibilidade de negociar o Cazares, mas a proposta era muito ruim pro Atlético. Entre (vender por) uma proposta ruim ou ele continuar aqui… Quando você vende um jogador, você tem que imaginar o seguinte: vou fazer uma reposição. O que vou faturar com a venda vai me ajudar na reposição? Não ia. A proposta que veio do mundo árabe pra ele foi uma proposta que envolvia o pagamento do salário dele, mais uma participação que não é do Atlético. O Atlético tem cerca de 70% do Cazares. Nós íamos ficar com 800 mil dólares. Pra ficar com 800 mil dólares (e perder) um jogador como o Cazares, ele fica aqui mais um ano, paciência. A gente vai tentar (renovar)”.

Além de citar o volante Elias na comparação feita com a situação de Cazares, o presidente atleticano também falou sobre os valores em aberto que o Atlético tem com o volante. O clube tem débitos com o jogador e não chegou a um acordo para pagamento. Sette Câmara fez críticas ao comportamento de Eliseu Trindade, pai e representante do atleta, e disse que a tendência é que a situação seja resolvida na Justiça.

“Neste momento ele vai ter que ir para a Justiça, porque nós não vamos fazer um acordo com o jogador nos termos que ele gostaria. Temos nossos termos, colocamos pra eles como poderia ser, na época não aceitaram. É uma coisa natural. Pode sair um acordo, mas tem que ser dentro daquilo que é a capacidade de pagamento do clube. Não vou fazer um acordo que não posso honrar. A gente fez a proposta, na época ele (Eliseu) falou muita coisa, eu fiquei calado, não vou ficar retrucando ninguém por meio de rádio ou rede social. Se eu for ficar retrucando todo mundo que me critica, acabou. Vou ficar o dia inteiro. Fico calado”.

“Os atos e o tempo vêm mostrando quem é que tinha razão. Se ele (Elias) tivesse ficado aqui, talvez tivesse feito um grande negócio. E mercado está se fechando, agora nem se fala. Tenho absoluta certeza que os valores de salários e contratações vão cair muito”. 

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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