No Cruzeiro, Felipão está conseguindo a sonhada “arrancada”?

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Muito se falou sobre a importância de Felipão para o Cruzeiro dar uma resposta rápida na Série B. Se não na bola, nos resultados. E eles chegaram. Com a vitória sobre o Paraná por 2 a 0, o treinador chegou a sete pontos conquistados em nove disputados. A tão sonhada sequência ao longo de todo o turno.

Com menos seis pontos por punição da Fifa, Enderson Moreira mirava empilhar vitórias para tentar se desgarrar da parte baixa. Venceu as três primeiras rodadas, mas depois parou, até ser demitido. Ney Franco, com discurso fora da realidade, de olhar sempre para o topo, também não conseguiu essa sequência. Entregou o time com dois empates amargos, que somados ao jogo contra o Juventude (com Célio Lúcio de interino) e aos três de Felipão, deixa o Cruzeiro com cinco partidas pontuando na Série B.

A primeira missão, de vencer a “qualquer custo” para retomar a confiança, foi alcançada. Agora, é a busca por melhorar a qualidade de jogo, que já cresceu diante do Paraná, principalmente no primeiro tempo. Não levar gols, para o Cruzeiro, não basta na Série B. Tem que atacar, jogar para vencer todos os adversários, se quiser voltar a sonhar, em algum momento da competição, com o acesso. Essa vontade de vencer não faltou ao time no Mineirão.

O gol antes da primeira volta do ponteiro ajudou a deixar o time mais leve e mostrou que ele está muito mais confiante. Mesmo com a vantagem no placar, não quis apenas segurá-la e teve volume suficiente para descer ao vestiário com a partida praticamente ganha.

Isso não aconteceu, mas a diferença de 2 a 0, construída com um lance de inteligência e claro treinamento, que terminou no segundo gol, deu tranquilidade para o Cruzeiro ser maduro na segunda etapa. É verdade que poderia – e deveria – ter explorado melhor os contra-ataques, mas teve consciência de tentar manter a posse quando tinha a bola e, principalmente, de marcar com todos os dez jogadores quando estava sem ela.

A vibração do Cruzeiro também está diferente. É possível escutar os suplentes jogando junto com quem está em campo, vibrando com as bolas ganhas e orientando como se fizessem parte da comissão. A motivação que Manoel dizia não saber onde encontrar depois do empate com o lanterna Oeste, parece ter chegado na mala de Luiz Felipe Scolari.

O elenco ainda não entrega tudo que precisa em uma Série B (ainda mais pensando que é necessário campanha de campeão para o acesso), mas será reforçado nas próximas semanas. A missão do acesso segue quase impossível, mas o Cruzeiro vira o turno pelo menos com a esperança de que, ainda que tardiamente, o amontoado de outrora esteja tomando formato de equipe, com jogadores confiantes e acreditando no que vem do banco.

Luiz Felipe Scolari e sua equipe conseguem ter noção do que é a realidade do Cruzeiro. Não adianta pensar na Série A, sem antes tirar da cabeça a Série C. Com a humildade de enfrentar seus adversários sabendo que eles podem, sim, ser melhores, mas nunca podem ter mais vontade (como disse Felipão depois da estreia), o Cruzeiro empilha tijolos, ainda pequenos, para sua reconstrução.

Em toda obra, o que mais importa é o alicerce, feito lá no início. E esse Cruzeiro, que teve de ser refeito algumas vezes ao longo do ano, parece bem alicerçado neste novo recomeço. Pode não entregar o desejado em janeiro de 2021, mas parece caminhar para ser seguro e dar o resultado, mesmo que em dezembro daquele ano. Ao menos agora há um projeto a longo prazo.

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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