No Cruzeiro os problemas só aumentam

 

Os bastidores do Cruzeiro seguem movimentados após as denúncias feitas pela Tv Globo, durante o Fantástico, no último domingo. Na manhã dessa terça-feira, os conselheiros Valter Batista e Daniel Faria entregaram ao Conselho Deliberativo o pedido de renúncia aos cargos que tinham no Conselho Fiscal.

José Dalai Rocha, vice-presidente do Conselho Deliberativo confirmou que o pedido de saída de ambos foi motivado pelo cenário atual. A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar denúncias sobre falsificação de documento particular, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro por parte da diretoria cruzeirense.

Valter e Daniel entraram no conselho fiscal na condição de suplentes. No entanto, assumiram as vagas de efetivos em meio à renúncia dos demais integrantes: Geraldo Luiz Brinat, Ubirajara Pires Glória e Celso Luiz Chimbida. Com as saídas de Valter e Daniel, o conselho passa a não ter mais nenhum membro.

Segundo o artigo 35 do Estatuto do Cruzeiro, em caso de vacância no cargo dos três membros efetivos do conselho fiscal, “o Conselho Deliberativo será convocado no prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar da última vacância, para promover a eleição dos novos suplentes”. A princípio, o pleito está marcado para o dia 4 de junho.

O monitoramento das ações da diretoria, no caso de um clube de futebol, compete aos Conselhos Fiscal e Deliberativo. No caso do Cruzeiro, ambas as esferas tiveram a sua capacidade de fiscalização comprometida por atitudes tomadas pela presidência de Wagner Pires de Sá.

O Conselho Fiscal cruzeirense era composto, até o início deste mês de maio, por três membros: Celso Luiz Chimbida, Geraldo Luiz Brinat e Ubirajara Pires Glória. Todos eles renunciaram de uma só vez no dia 8 de maio. A principal motivação foi a falta de acesso a documentos.

Os três conselheiros fiscais receberam neste ano uma Instrução Normativa, redigida por um escritório de advocacia, na qual foram estabelecidas regras pela diretoria para que o Conselho Fiscal tivesse acesso a documentos. Nela, o artigo quinto estabelece que a diretoria poderá rejeitar solicitações por documentos físicos caso entenda que não há justo motivo.

No caso do Conselho Deliberativo, o apoio à administração é obtido por meio de remuneração de determinados conselheiros e pela entrega de mimos aos demais. A reportagem encontrou no balancete contábil referente a 2018 valores relacionados a pelo menos 18 conselheiros.

Em fevereiro deste ano, esses conselheiros foram convocados pela diretoria a autorizar a tomada de um empréstimo de R$ 300 milhões com um fundo estrangeiro. Apenas dois conselheiros votaram de maneira contrária à operação.

 

Por Minas AM/FM

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