Por que o Brasil não tem Recopa?

Por Hugo Serelo

Em qualquer país onde existe futebol, os campeões da copa e do campeonato se enfrentam no ano seguinte num título que leva o nome de Recopa Nacional. Existe em Espanha, Inglaterra, Itália, Argentina, Uruguai, Venezuela, Bolívia e em qualquer nação, exceto nesta eterna várzea chamada futebol brasileiro.

Os formatos da Recopa variam, mas o estilo mais comum costuma ser partida única disputada em campo neutro.

O jogo vale uma taça nacional ao ganhador. Promove festa de torcedores na rua. É patrocinado e dá prêmios. Propicia emoção. Valoriza o futebol nacional.

Mas esses argumentos não comovem dirigentes, nem cartolas e nem jornalistas esportivos que jamais tocam nesse assunto questionando a CBF.

Tentativas

O Brasil chegou a organizar Recopas. Foram nos anos de 1990 e 1991, levando o nome de Supercopa do Brasil. Grêmio e Corínthians foram os campeões. Mas em 1992 a CBF assumiu a vocação varzeana e aposentou o torneio.

Em 2014, o ex-presidente da CBF e atualmente corrupto condenado José Maria Marín prometeu uma Supercopa entre os campeões nacionais. Se a promessa fosse cumprida, seria mais uma final entre mineiros. O Cruzeiro como Campeão Brasileiro 2014 e o Atlético como vencedor da Copa do Brasil 2014.

A promessa não foi cumprida. Gilvan e Kalil ficaram calados.

Cruzeiro

Mesmo sendo campeão nacional recentemente em 2013, 2014, 2017 e 2018, o Cruzeiro nunca agiu nos bastidores como parte interessada em propor uma Recopa do Brasil.

O clube já disputou três finais de Recopa Sul-America, sendo vice contra Colo Colo (1992) e São Paulo (1993) e derrotando o River Plate em (1999), no último título internacional do clube.

Se a atual diretoria quer se mostrar diferente e mais ambiciosa que a anterior, tem de agir agora e começar a articular a Supercopa junto à CBF.

O próximo vencedor do Brasileirão seria parte interessada nisso.

Há prazo para articulações, patrocínios, direitos de transmissão, etc.

Ou será que os cartolas da eterna várzea vão preferir desculpas?

O futebol brasileiro tem o melhor talento dentro das quatro linhas. Dirigentes têm a obrigação de propiciar uma estrutura mais profissional.

A volta da Recopa seria um passo importante para um avanço do futebol brasileiro.

Hugo Oliveira Pegoraro Serelo, 31 anos, é pesquisador esportivo, repórter policial, radialista e escritor. Nasceu em Andradas-MG e mora em Divinópolis-MG. É torcedor do Rio Branco de Andradas e tem uma leve simpatia pelo Cruzeiro Esporte Clube.

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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