Projeto estimula uso de plantas medicinais em unidade básica de saúde de viçosa

Um projeto da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) tem contribuído para práticas de cultivo e uso de plantas medicinais por usuários de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Viçosa, município da Zona da Mata mineira. São ações educativas e a implantação de uma horta de plantas medicinais na própria UBS. O trabalho, realizado pela Epamig Sudeste, é feito em parceria com agentes públicos de Saúde do município.

Com objetivo de ampliar opções terapêuticas aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES) lançou o programa Componente Verde, da Rede Farmácias de Minas. A estratégia adotada pelo Governo do Estado possibilitou o acesso da população a produtos como plantas medicinais in natura, plantas secas, fitoterápicos manipulados, industrializados e medicamentos homeopáticos. O município de Viçosa ainda não possui uma unidade da Rede Farmácias de Minas, mas aguarda o resultado do edital de 2019.

Segundo a pesquisadora da Epamig Maira Christina Fonseca, a horta implantada pela empresa tem 18 espécies medicinais: alecrim, alfavaca, alecrim-pimenta, arruda, arnica, babosa, boldo, camomila, erva-doce, funcho, guaco, hortelã, malva, pitanga, poejo, quebra-pedra, salsa e tansagem. A pesquisadora destaca que essas espécies estão na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) e na lista do programa Componente Verde.

“O projeto mostra o interesse da população local e dos agentes de Saúde em usar plantas medicinais como opção terapêutica. A população começa a interagir e a conhecer trabalhos de pesquisas de várias plantas medicinais realizados por instituições como a Epamig e isso cria uma proximidade entre a instituição e a comunidade atendida”, afirma Maira Fonseca.

A pesquisadora da Epamig Wânia dos Santos Neves explica que o projeto foi realizado em etapas. A equipe da empresa promoveu uma roda de conversa com moradores cadastrados na UBS local para verificar o interesse das pessoas, propor atividades e esclarecer as primeiras dúvidas. Em seguida,foi aplicado um questionário aos participantes do projeto para obter diagnósticos sobre o conhecimento das plantas medicinais e informações a respeito das doenças de mais incidência na comunidade.

“Tivemos conversas com 21 pessoas do bairro Santa Clara, em Viçosa, todos usuários da Unidade Básica de Saúde local. A interação mais próxima é essencial para conhecer a realidade da população. Durante as conversas ouvi várias reclamações de dor de garganta, por exemplo. Dessa forma, preparamos mudas de guaco para a horta”, conta Wânia Neves.

Outra etapa do projeto consistiu na divulgação do uso correto de plantas medicinais validadas cientificamente. Para essa fase, a equipe da Epamig preparou palestras e realizou visitas técnicas para mostrar práticas de cultivo, modos de secagem, armazenamento e uso das plantas medicinais.

“A pesquisadora Maira Fonseca deu minicursos para ensinar formas de preparo e uso das plantas – tudo bastante ilustrado e com linguagem bem simples. Eu também dei palestras para apresentar as plantas de forma interativa. Nós deixamos os participantes bem livres e avaliamos as maneiras como as plantas medicinais eram utilizadas, se de forma certa ou errada”, destaca Wânia Neves.

Ainda segundo a pesquisadora, em grande parte dos casos o conhecimento sobre plantas medicinais é o único recurso terapêutico de comunidades mais afastadas de grandes centros urbanos. Porém, Wânia alerta para as chamadas “fake news”, informações falsas sobre o uso de plantas medicinais que são cada vez mais divulgadas para um grande número de pessoas.

“Na horta da Epamig havia uma planta que supostamente curava o câncer. A indicação de uso era tomar o suco batido dessa planta todos os dias. Isso era uma informação falsa. Na verdade, a planta em questão era indicada para cicatrização, ou seja, uso externo. Isso é um perigo, porque sem estudos científicos capazes de comprovar o uso medicinal de determinada planta, o estrago que ela pode causar na saúde das pessoas pode ser grande”, conclui Wânia.

Segundo as pesquisadoras idealizadoras do projeto, o principal desafio é manter as hortas ativas depois da primeira colheita. E também levar o projeto para demais municípios interessados na implantação das hortas.

A Epamig publicou recentemente uma Circular Técnica com relatos do projeto de implantação do cultivo e uso de plantas medicinais em UBS do município de Viçosa. Para ler, clique aqui. A empresa é uma vinculada da Secretaria de Agricultura, Pecuária e abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

Fonte: Agência Minas.

O post Projeto estimula uso de plantas medicinais em Unidade Básica de Saúde de Viçosa apareceu primeiro em Primeiro a Saber.

Postado originalmente por: Rádio Montanhesa

Pesquisar