Vigilância ambiental de viçosa inicia campanha contra raiva animal na zona rural

O Setor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Viçosa iníciou a campanha contra raiva animal na zona rural do Município. A vacinação é feita em domicílio (casa a casa). O  objetivo é controlar a circulação do vírus da raiva por meio da vacinação de cães e gatos, evitando a doença em humanos.

                A campanha segue até início de agosto próximo  e os proprietários de animais, que não estiverem em casa no momento da visita da equipe de vacinadores, podem agendar outra data no setor de  Vigilância Ambiental, pelo telefone 3892 6430.

Vacinação Urbana

                Já no perímetro urbano do Município, a vacinação será realizada nos sábados, dias 21 e 28 (julho) e 4 de agosto, com equipes em pontos estratégicos do município, para maior acessibilidade dos moradores com seus animais. Os locais serão divulgados posteriormente. Donos de canis e proprietários de maior número de animais – a partir de cinco –  também podem agendar desde já a visita da equipe dos vacinadores no local na Vigilância ambiental.

            A coordenadora do Setor de Vigilância Ambiental, Lílian de Souza, informou que, devido às campanhas, Viçosa não registrou casos de raiva animal nos últimos anos. Disse ainda que, na campanha de 2017, foram vacinados 12.300 animais no perímetro urbano e zona rural.

A raiva

                Segundo fonte do Ministério da Saúde (http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/raiva), a raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%.

Transmissão

                A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.

                O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.

                Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.

                Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

Sintomas

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos (pródromos), que duram em média de 2 a 10 dias.

                Nesse período o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento.

                A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia.

                O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.

Diagnóstico

                 A confirmação laboratorial em vida, dos casos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de imunofluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual ou por biópsia de pele da região cervical (tecido bulbar de folículos pilosos).

                A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da autópsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica.

Prevenção

No caso de agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Quanto ao ferimento, deve-se lavar abundantemente com água e sabão e aplicar produto antisséptico.

                O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro, que avaliará o caso indicando a aplicação de vacina e/ou soro.

                Nos casos de agressão por cães e gatos, quando possível, observar o animal por 10 dias para ver se ele manifesta doença ou morre. Caso o animal adoeça, desapareça ou morra nesse período, informar o serviço de saúde imediatamente.

                A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, e consequentemente a raiva humana.

                Deve-se sempre evitar de se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo.

                Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.

Tratamento

                A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré- ou pós-exposição. Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar uma protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetido ao protocolo sobrevivem.

Postado originalmente por: Rádio Montanhesa

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