MPMG deflagra Operação “True-False” em Carangola e cidades de São Paulo e Espirito Santo

MPMG deflagra Operação “True-False” em Carangola e cidades de São Paulo e Espirito Santo

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Regional da Zona da Mata, em conjunto com os GAECOS do Espírito Santo e São Paulo e Promotorias de Justiça de Carangola/MG, deflagrou na manhã desta sexta-feira (16), a operação “True-False”. O objetivo da ação é apurar o cometimento de crimes perpetrados por uma das principais organizações criminosas de âmbito interestadual, especializada em esquemas relacionados à confecção de CRVs (certificados de registros de veículos) falsos, emplacamentos de veículos inexistentes e à emissão de documentos públicos e privados em nome de terceiras pessoas (“laranjas”). 
 
Ao que tudo indica, de posse dos documentos falsificados, o grupo criminoso investigado fomentou o “comércio ilícito de CRVs” nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, atuando, inclusive, junto a outras organizações criminosas independentes, com diversas finalidades, dentre as quais se destacam: 
a) “esquentar” carros que foram objeto de crimes contra o patrimônio, em especial furtos e roubos; 
b) praticar “golpes do seguro”, consistentes na comunicação falsa de delitos às seguradoras para recebimento dos prêmios; 
c) praticar os chamados “golpes do financiamento”, em que há a realização de financiamentos de veículos inexistentes; d) realizar empréstimos bancários com oferta de garantia lastreada nos documentos (certificados de registros de veículos) fraudados, etc. 
 
Nesta data, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos Municípios de Carangola/MG, Reduto/MG, Manhuaçu/MG, Guaçuí/ES e Campinas/SP. Também foram cumpridos mandados de prisão preventiva nas cidades de Campinas, no Estado de São Paulo, e em Guaçuí/ES, município localizado no Estado do Espírito Santo. A pessoa apontada como principal líder do grupo foi presa no Estado Paulista. As ações também culminaram na apreensão de dinheiro, mídias diversas, computadores, celulares e diversos documentos de interesse às investigações. 
 
Segundo o promotor de justiça, Breno Costa da Silva Coelho, coordenador do GAECO Regional da Zona da Mata, as recentes provas produzidas no procedimento investigatório indicam que a associação criminosa descoberta em Carangola/MG possui conexão com outras associações e organizações criminosas autônomas, havendo fortes indícios no sentido do envolvimento de despachantes, empresários e agentes públicos que exercem suas funções junto aos Detrans nos esquemas criminosos, sendo usual a utilização de “laranjas” e pessoas jurídicas “fantasmas” para a concretização delitiva. 
 
Estão sendo apurados os crimes previstos nos artigos 288 (associação criminosa), 317, parágrafo 1º (corrupção passiva), 333 (corrupção ativa), 298 (falsificação de documento particular) e 299 (falsidade ideológica), todos do Código Penal, bem como no artigo 2º, caput, c.c. parágrafo 4º, inciso II, da Lei nº. 12.850/2013, dentre outras infrações penais como, por exemplo, lavagem de dinheiro. A operação desta sexta-feira contou com a participação de Promotores de Justiça dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, servidores dos respectivos Ministérios Públicos, de Policiais Militares e Civis dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, Delegado de Polícia do GAECO da Zona da Mata e servidores públicos estaduais.
 

Fonte : GAECO

Postado originalmente por: Rádio Muriaé

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