Reportagem Especial: alto número de acidentes na curva da Pratinha preocupa as autoridades e motoristas

Reportagem Especial: alto número de acidentes na curva da Pratinha preocupa as autoridades e motoristas
De acordo com a PRF, de janeiro a maio deste ano já foram registrados sete acidentes no local
Dentre os acidentes, os tombamentos de carreta e caminhão são os mais frequentes

Para o inspetor da PRF Joel Guedes, a instalação de radares ajudaria a reduzir os acidentes

Para quem vem sentido Muriaé, o risco é ainda maior

Em 2015 uma faixa foi colocada às margens da curva pedindo que as autoridades tomem providência

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, tenente Dornelas, redobrar a atenção e frear antes de entrar na curva minimiza os riscos de acidente

Quem está acostumado a trafegar pela BR 356, no Km 277, no trecho popularmente conhecido como “Curva da Pratinha” se acostumou com os inúmeros acidentes ocorridos no local, a maioria envolvendo veículos pesados como caminhões e carretas.

O trecho fica entre os municípios de Muriaé e Eugenópolis e é também o principal acesso para quem vai sentido os estados do Rio de Janeiro e Espirito Santo.

Os constantes acidentes não preocupam somente os motoristas, mas também os moradores que residem próximo a via. No dia 30 de maio, a curva fez mais uma vítima. Um motorista que transportava blocos de papeis saiu do Espirito Santo e seguia sentido a ao estado de São Paulo, no momento em que perdeu o controle e tombou a caminhão. O retireiro José Rodrigues Ferreira que mora a poucos metros da BR, afirmou que foi o primeiro a chegar no local, após ouvir de sua casa, o estrondo e socorreu o motorista. Ele disse que já perdeu as contas de quantos motoristas ajudou a retirar das ferragens e informou que os tombamentos se tornaram algo frequente na rodovia nos últimos anos. Felizmente o motorista teve apenas escoriações e foi atendido pelo corpo de Bombeiros.

Sorte que Adilson Lisboa de 54 anos não teve. No dia 17 de maio ele conduzia um caminhão carregado de móveis e depois de tombar o veículo, foi socorrido pelos bombeiros e levado em estado grave ao Hospital São Paulo de Muriaé. Após permanecer oito dias lutando pela vida, Adilson não resistiu aos ferimentos e morreu. Seu corpo foi sepultado em Iconha-ES, sua terra natal.

Nos últimos anos, o alto número de acidentes está preocupando as autoridades. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, de janeiro a maio de 2020 já foram registrados sete acidentes, um número superior se comparado com os anos de 2018 e 2019 em que foram registrados seis acidentes em cada ano. Todos ocorridos nos trechos conhecidos como Curva do Muratóri e Curva da Pratinha.

Para o inspetor da PRF, Joel Guedes que conhece bem o trajeto, a instalação de dois radares entre as curvas, ajudaria a reduzir os acidentes. Segundo o inspetor, já existe um pedido para a instalação dos equipamentos, feito ao Departamento Nacional de Trânsito e Transportes (DNITT), porém, o projeto não saiu do papel.

Fabiano Souza é motorista de carreta a 20 anos e trabalha com o transporte de leite para uma empresa de Itaperuna. Para ele, redutores de velocidade antes da curva ajudariam a reduzir os acidentes.

De acordo com o tenente Dornelas, comandante do 2º Pelotão do Corpo de Bombeiros de Muriaé, práticas como redobrar a atenção e reduzir drasticamente a aceleração antes de entrar na curva, minimiza os riscos de tombamento.

Em junho de 2015 moradores fizeram um protesto e afixaram uma faixa na curva, exigindo que as autoridades tomassem alguma providência, mas nada foi feito.

O departamento de jornalismo da Rádio Muriaé entrou em contato o DNITT, exigindo um posicionamento. Em resposta, o órgão informou que está estudando uma alternativa eficaz para reduzir o número de acidentes neste trecho da rodovia.

Enquanto isso, os motoristas precisam redobrar a atenção e contar com a sorte para não ser mais uma vítima de uma curva que está causando sérios problemas.

 

Fonte : Rádio Muriaé

Postado originalmente por: Rádio Muriaé

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