Márcio Lacerda retira sua candidatura para governador

O ex-prefeito de Belo Horizonte não é mais candidato ao Governo de Minas Gerais. Márcio Lacerda anunciou nesta terça (21) a retirada de sua candidatura por meio de uma carta em que também anuncia sua saída do PSB.

O motivo para sua saída seria, de acordo com a carta, que o conchavo entre seu partido e o PT fez com que fosse impedido de seguir no pleito. Segundo trecho da carta, “A cúpula do PSB e do PT conspiraram para retirar a minha candidatura a governador de Minas Gerais, impedindo a desvinculação definitiva do tradicional papel de braço do PT, desempenhado pelo PSB”.

Márcio Lacerda comprou uma briga com seu próprio partido, o PSB, após se lançar como candidato ao governo Minas Gerais. Isto porque o PSB havia feito um acordo com o PT em Pernambuco, em que o ex-prefeito de BH abriria mão da disputa pela cadeira do Palácio da Liberdade, para beneficiar o atual governador do Estado, Fernando Pimentel, que está tentando reeleição no pleito deste ano.

Márcio, contrário a esta decisão, desrespeitou decisão da legenda em nível nacional, e lançou candidatura própria nas eleições deste ano. O PSB de Minas então entrou com pedido de impugnação do registro de candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

Está marcado para às 19h desta terça, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o julgamento da candidatura de Márcio Lacerda, que acontecerá normalmente.

“Os representantes da velha política conseguiram impedir minha candidatura. Minas Gerais precisava de uma terceira via. E a nossa candidatura era, sim, muito viável. Todas as pesquisas divulgadas até o momento apontaram o meu nome com reais possibilidades de chegar ao segundo turno e obter uma vitória. Por isso os grandes interesses agiram dessa maneira covarde”, afirma a carta, onde Márcio lamenta que tenha ‘perdido’ a batalha contra a velha política.

Na última quinta (16), Márcio havia participado do primeiro debate eleitoral para o cargo, realizado na Band Minas.

Confira a carta na íntegra:

“Dois comandos partidários, de forma antidemocrática e arbitrária, fizeram, na calada da noite, nos porões sombrios dos gabinetes em Brasília, o mais podre dos conchavos políticos. A cúpula do PSB e do PT conspiraram para retirar a minha candidatura a Governador de Minas Gerais, impedindo a desvinculação definitiva do tradicional papel de braço do PT, desempenhado pelo PSB.

Todos sabem que lutei e resisti. Minha indignação não aceitou essa negociata, essa imposição que agride não apenas a minha candidatura, mas a vontade soberana dos mineiros.

No entanto, a impossibilidade do julgamento definitivo do assunto, desenhada nos últimos dias no âmbito da Justiça Eleitoral, conduz esta insegurança jurídica até a véspera do 1º turno, o que me leva a
retirar minha candidatura. Esse prazo alongado dificulta e muito a mobilização de apoiadores e, especialmente, tornará muito fragilizada a situação dos candidatos a deputado do PSB, que estão
contra sua vontade, presentes em duas coligações. Além disso, manter uma campanha eleitoral, muito curta e de grandes desafios como essa, com tamanha indefinição jurídica, poderia prejudicar muito o crescimento que vínhamos detectando nos últimos meses em torno da nossa proposta para Minas Gerais. 

Os representantes da velha política conseguiram impedir minha candidatura. Minas Gerais precisava de uma terceira via. E a nossa candidatura era, sim, muito viável. Todas as pesquisas divulgadas até o momento apontaram o meu nome com reais possibilidades de chegar ao segundo turno e obter uma vitória. Por isso os grandes interesses agiram dessa maneira covarde.

Infelizmente essa é a política que ainda impera no Brasil. Sou retirado da disputa esperando, sinceramente, que esse fato deplorável que ocorreu com a minha candidatura sirva de exemplo para ajudar a transformar de fato a nossa política. Não podemos mais deixar que acordos e conchavos de gabinete predominem sobre a vontade popular.

E é essa vontade popular que sustenta a esperança que estava depositada em nossa candidatura. Nos últimos dezoito meses visitei mais de duzentas cidades em Minas, vendo de perto a situação de cada região do estado. Dialogando e ouvindo pessoas de todos os segmentos da população aprofundei meus conhecimentos sobre Minas Gerais e sobre a realidade das pessoas em mais de mil reuniões que participei nesta que eu chamei de peregrinação de aprendizado.

Quero agradecer a todos que nos acompanharam e participaram dessa caminhada. A todos os cidadãos que estavam dispostos a construir uma nova alternativa para Minas e que viam em nossa
candidatura a esperança de algo diferente.

Nas pessoas do meu candidato a vice-governador, deputado estadual Adalclever Lopes, e do meu candidato a senador, deputado federal Jaime Martins, quero agradecer profundamente a todos os
partidos, dirigentes, parlamentares, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, enfim, todos os políticos de bem que estiveram ao nosso lado neste momento e que também estão profundamente indignados.

Desejo boa sorte a todos os candidatos a deputado da coligação Minas tem Jeito, em especial aos do PSB que apoiaram minha candidatura a Governador.

Apesar do sentimento de frustração, digo a todos que esta foi uma experiência extremamente proveitosa. Ouvir de perto os mineiros permitiu a mim, ao lado de outros colaboradores e de lideranças
partidárias que confiaram em nosso projeto, apresentar um programa de governo chamado “Pacto Pela Retomada da Grandeza de Minas”, que está registrado no Tribunal Regional Eleitoral e publicado em marciolacerda.com.br. São ideias e conceitos que permitiriam que Minas Gerais voltasse a olhar para a frente de novo.
Aproveito este comunicado para também anunciar a minha desfiliação do Partido Socialista Brasileiro, ao qual nos últimos onze anos fui filiado, honrando com dignidade seus princípios e valores.

Infelizmente, este conchavo de sua direção nacional terá reflexos ainda mais profundos no PSB e, principalmente, nos olhos de quem enxergava neste partido alguma coisa diferente na vida partidária
deste país. 

A política continua sendo o grande instrumento de transformação social no Brasil, mas transformação mesmo precisa acontecer primeiro na forma de se fazer política.

Marcio Lacerda, 21/08/2018″

 

Fonte: O Tempo

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Postado originalmente por: Sucesso FM

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