Dia Nacional do Surdo e a Luta pela Inclusão

Comemorado no dia 26 de setembro, o Dia Nacional do Surdo tem como principal objetivo desenvolver a reflexão sobre os direitos e inclusão das pessoas com deficiência auditiva na sociedade.

Oficializada através do decreto de lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008, a data foi escolhida em homenagem à criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro, que atualmente é conhecida como INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).

Para o professor especialista em Educação Inclusiva e Intérprete e Tradutor de Libras a comunidade surda tem muito o que comemorar com as conquistas ao longo dos anos. “Tem sim, a comunidade surda tem muito o que comemorar, para se ter ideia, no dia 24 de abril é celebrado o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais – Libras, oficializado pela Lei Nº 13.055 em 22 de dezembro de 2014, a data comemorativa foi prevista no projeto de lei (PL 6.428/09) de autoria do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG).

O dia 24 de abril foi escolhido porque é a data da publicação da Lei 10.436/02, que trata da Língua Brasileira de Sinais – Libras. O projeto de Lei atendeu a reivindicação da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), instituição dedicada à causa das pessoas surdas do Brasil, como parte da luta pelo reconhecimento e definitiva implantação da Libras e no dia 30 de setembro, o Dia Internacional do Surdo”, frisa o professor.

Atualmente, estima-se que existam aproximadamente 45 milhões de brasileiros com algum grau de deficiência auditiva. Mas para que haja uma verdadeira inclusão e promover a acessibilidade de pessoas surdas na sociedade, é preciso que a comunidade em geral tenha acesso à LIBRAS.

“O surdo precisa ser compreendido. É preciso entender que o surdo tem força para contribuir com a sociedade e tem direitos como qualquer outro cidadão. Esses direitos, por muito tempo, foram negados e, embora eles estejam sendo ampliados agora, o surdo ainda precisa de muito mais espaço para mostrar seu valor à sociedade”, esclarece.

Inclusão na escola

Em Manhuaçu a educação inclusive já é uma realidade e para reforçar essa ideia, a Escola Estadual Maria de Lucca Pinto Coelho realizou durante toda essa semana um trabalho nas salas de aulas com a presença dos alunos surdos, direção e professores de apoio, os intérpretes e tradutores de Libras, Josué e Fernando.

“Neste trabalho estamos apresentando aos demais alunos, os alunos surdos, Valdete e Geraldo Júnior e o ex-aluno Mateus, também surdo e funcionário da SRE/Manhuaçu, instrutor, intérprete e tradutor de Libras e falamos da importância da inclusão destes alunos na escola regular e convivência com outros alunos e abordamos também a valorização da Libras na comunicação com os colegas surdos”, disse Professor Fernando.

A oferta da LIBRAS em escolas inclusivas é indispensável para a aprendizagem do aluno surdo. A linguagem de sinais é a principal ferramenta de acesso à aprendizagem pelo surdo e seu uso é indispensável, porém o observado nas escolas é um domínio parcial (quando existe) dos profissionais da educação.

Nos últimos anos o Brasil obteve avanços consideráveis na educação de surdos. Como, por exemplo, leis que obrigam a inclusão de LIBRAS na grade curricular das licenciaturas.
Para Alessandra Alves, vice-diretora da Escola Maria de Lucca, a inclusão de alunos surdos nas escolas regulares tem crescido em qualidade no Brasil.

“A maior dificuldade, no entanto, é a escola não conseguir tratar o aluno surdo com a mesma capacidade de aprendizagem de um aluno ouvinte, porém com uma comunicação e linguagem diferenciada estamos conseguindo superar esta dificuldade, basicamente é a escola se adaptando para receber esses alunos e não os alunos se adaptando à escola”, ressalta.

Ações alusivas ao Dia do Surdo também aconteceram na Escola Estadual de Manhuaçu, o ex-polivalente, umas das pioneiras na educação inclusiva.

Não é só em setembro que devemos lutar pela inclusão dos surdos, mas todos os dias. A inclusão acontece quando cada um de nós se interessa e procura entender e ser mais compreensivo com tudo e todos que nos são diferentes.

É isso que faz o Brasil um país tão rico – suas várias culturas e a dos surdos é uma delas! Conhecer mais a Libras e levá-la ao maior número de pessoas possível é um belo caminho para se começar.

Jailton Pereira

Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu

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