I Encontro de Atendimento Educacional Especializado sobre o Transtorno do Espectro Autista

O Transtorno do Espectro Autista por apresentar diversas dificuldades do desenvolvimento humano, necessita do trabalho comprometido de todos os profissionais envolvidos com a educação e principalmente da dedicação e empenho dos seus familiares. A escola inclusiva é um importante fator para o relacionamento social e desenvolvimento das habilidades de todos os educandos, inclusive aquelas apresentadas pelo autista, pois o mesmo é considerado defi ciente por lei e tem direito de fazer uso de todos os benefícios que a inclusão oferece na rede regular de ensino.

Como ensinar uma criança com autismo se não sou especialista no transtorno do espectro autista (TEA)? Como passar o conteúdo curricular para um estudante que não se mostra curioso ou que se dispersa em sala de aula?

Com o objetivo de responder estas e outras perguntas, a direção da Escola Estadual Maria de Lucca Pinto Coelho realizou na Câmara dos Vereadores de Manhuaçu, o I Encontro de atendimento ao portador do Transtorno do Espectro Autista.

Não existe uma “receita” para ensinar crianças e adolescentes com TEA. Hoje, os especialistas em educação já sabem: mesmo que duas pessoas apresentem o mesmo diagnóstico, elas podem reagir de modos diferentes a uma mesma proposta pedagógica. Por isso, o que funciona para um estudante com autismo pode não funcionar para outro.

“Nossa escola está voltada para o bom acolhimento exercendo uma educação inclusiva de qualidade e equidade. Os alunos contam com professores de apoio, como os intérpretes de Libras para os alunos surdos, e no caso dos alunos portadores do Transtorno Autista, contamos também com a Sala de Recursos”, disse Alessandra Nery, vice-diretora da Escola Maria de Lucca.

Para ensinar, portanto, o professor precisa conhecer um pouco sobre o autismo e antes de tudo ter um perfil adequado à função, para poder interagir com estes alunos e promover uma educação eficiente e igualitária. O recomendado é que se procure conhecer todos os alunos de forma individual e se perceba como cada um aprende. Mais do que um conhecimento específico, a inclusão dessas crianças e adolescentes requer uma mudança no modo como a escola pensa e faz educação.

“Preocupados com essas mudanças e na qualidade do ensino aos alunos em geral, convidados a pedagoga Karla Coelho, Neuropsicopedagoga Clínica, Especialista Educação do Autista e mãe de dois filhos, uma jovem de 20 anos e um rapaz de 18, ambos autistas, para falar aos presentes da experiência e superação no dia a dia na convivência com um autista”, ressalta.

A educação inclusiva trata-se de uma educação em que a escola adapta-se ao indivíduo que se busca incluir e não o contrário. Isso deve ficar bem claro para a sociedade em que a escola esteja inserida.

O ser humano historicamente discrimina pessoas com deficiência, como desiguais, insistindo expulsá-los do convívio, pois não os considera semelhantes, em nome da normalidade padronizada que referencia a conduta da espécie. Na verdade, por detrás desse preconceito clássico estão estipulados os requisitos estatísticos para qualificação do normal- ou do anormal por exclusão – escondendo uma das mais antigas mazelas da humanidade: o temor da limitação humana.

“Estamos primando por uma educação de excelência preocupada também com a inclusão de alunos especiais em nossa escola e quebrar esse paradigma onde é perceptível à exclusão ao diferente, à limitação dos indivíduos. No entanto, com o avanço da divulgação sobre a inclusão e o papel da sociedade frente a mesma, essa visão de discriminação e pensamento de incapacidade foi sendo deixada de lado”, destaca Alessandra Nery.

Além dos professores e funcionários da Escola Maria de Lucca, o encontro contou ainda com a presença de pais, alunos e convidados.

Jailton Pereira

Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu

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