Pe. Santana destaca os símbolos do Natal e o que eles representam

O ano passou rapidinho e as ruas começaram a se enfeitar para o período de Natal, mas como toda festa cristã essa é recheada de simbologia e seus significados. Com origens em épocas distintas, cada um dos símbolos surge não só porque são bonitos e trazem mais alegria à festa, mas porque todos eles têm alguma história para contar.

O vigário da Paróquia do Bom Pastor, Pe. Sebastião Santana, Sdn, explica a importância deles. “Os símbolos ajudam bastante a gente a perceber a grandeza da festa do Natal. Nós temos na Igreja dois ciclos, o Natal e a Páscoa. No Natal acolhemos o Deus que nasceu entre nós, se fez homem, se encarnou e assumiu nossa realidade humana, e na Páscoa celebramos a Paixão, a morte e ressurreição de Jesus. Esses são os dois momentos altos da nossa liturgia”, explica.

Cada símbolo tem o seu significado específico. Pe. Santana explica o significado de três dos mais importantes. “A estrela nos lembra a história catequética da vinda dos magos do Oriente, orientados por uma estrela em busca da Estrela que nasceu para a humanidade, que é Jesus Cristo. Temos os sinos que é um sinal de alegria, simbolizando a alegria da chegada do Filho de Deus. Outro símbolo muito comum é o presépio, onde temos Jesus, Maria, José, os anjos, os pastores, os animais, depois a visita dos magos, que o povo inclusive inventou nome para eles.

A Bíblia não diz o nome deles, Gaspar, Baltazar e Melchior, e o povo tem um carinho muito grande por eles, se arranjou até uma data para o Dia dos Reis – 6 de janeiro -, que a Igreja chama de Festa da Epifania, a manifestação de Jesus a todos os povos e, tradicionalmente, se celebra o Dia dos Reis. A Bíblia não cita o nome, nem fala que são reis, nem que são três, fala que são magos vindos do Oriente”, conta.

Não era comum fazer presépios. O principal símbolo das decorações de Natal – junto da árvore – foi montado pela primeira vez no ano de 1223, no Natal, por São Francisco de Assis, com a autorização do papa. Feito em argila na floresta de Greccio, na Itália, e a ideia era montar para explicar de forma mais simples o que era e qual o significado do nascimento de Jesus Cristo.

“Pra fazer uma catequese com o povo, para lembrar como foi que Jesus nasceu, a situação de pobreza e como foi juntando muita gente em torno. Nesse espírito de São Francisco é muito bonito tudo isso, como algo que nos ajude a apontar bem a pessoa, a figura de Jesus Cristo para nós hoje também, uma forma de catequizar as crianças, as famílias, com esses símbolos que indicam pra gente um caminho, uma presença especial de Deus no meio da família”, salienta Pe. Santana.

Outra simbologia importante é a figura do Papai Noel, que ocupa cada vez mais o imaginário das crianças e as campanhas publicitárias. Pe. Santana reforça a necessidade de se ressignificar o Natal e relembrar o verdadeiro motivo da festa. “Um dos desafios hoje para nós cristãos e para nós padres é que somos chamados a alertar o povo, que a festa do Natal não é a festa do deus consumo.

Evidentemente os comerciantes querem aproveitar esse momento para vender, afinal é uma oportunidade excelente, mas de maneira alguma podemos fazer com que o Natal seja a festa de comer, de beber, de gastar, mas que seja uma festa que nos leve a nos aproximar mais de Jesus Cristo, que nos leve a acolher aquele Deus que nos foi dado. São João no prólogo de seu Evangelho diz ‘¹¹Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. ¹²Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que creem no seu Nome; ¹³os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus’. Então o Natal tem que ser no coração da gente, da família da gente, nas amizades, para acolhermos o Deus que vem”, pontua Pe. Santana.

João Vitor Nunes

Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu

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