Polícia Militar dá dicas de prevenção para inibir furto e roubo de celular

É possível dizer com certa tranquilidade que hoje em dia é praticamente impossível encontrar alguém que não tenha um celular – geralmente, um smartphone. A quantidade desses aparelhos é tão grande no Brasil que o país já possui mais de um smartphone ativo por habitante, segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem mais celular no Brasil do que gente: são mais de 220 milhões de aparelhos ativos.

Apenas no ano passado 48 milhões de smartphones foram vendidos no país, mas esses dados chamam atenção para outra realidade: o roubo desses aparelhos, que aumentou consideravelmente e apresenta números alarmantes. Segundo dados do Observatório de Segurança Pública Cidadã, da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas, até julho deste ano foram furtados 27.794 celulares em Minas Gerais e 16.604 roubos de aparelhos registrados no Estado.

Por possuírem um valor tão alto, esses aparelhos são alvos fáceis de furtos e roubos: cerca de 63 celulares são roubados por hora nas principais capitais brasileiras (estima-se que esse número seja bem maior, já que são contabilizados apenas aparelhos registrados em boletins de ocorrência). O Rio de Janeiro é campeão nas ocorrências, onde 27 celulares são roubados por hora, seguido por São Paulo (26 celulares/hora) e Belo Horizonte (seis celulares/hora).

Uma pesquisa realizada pela Mobile Time revelou que metade dos brasileiros já teve o celular furtado/roubado. Do ano 2000 para cá, foi solicitado o bloqueio de mais de nove milhões de celulares em todo o país, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – quem mantém esse registro é o Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (Cemi) no qual constam aparelhos perdidos, furtados ou roubados.

Conforme ficam mais populares e caros, os celulares se tornam mais chamativos para a prática de crimes como furto e roubo. E, por mais que o aparelho seja recompensa suficiente, muitas vezes alguns indivíduos têm interesse em roubar dados e informações contidas nos celulares. Portanto é necessário procurar meios de proteger e recuperar seu aparelho, ou no mínimo, dificultar a ação de criminosos impedindo-os de obter suas informações, conforme explica a assessora de comunicação do 11º Batalhão de Polícia Militar, Tenente Suelen.

“Com a tecnologia da internet sem fio, é muito comum ver pessoas andando nas ruas e ao mesmo tempo mandando mensagens, sem perceber o que acontece ao seu redor, sentar em restaurantes e bares com amigos e deixar o aparelho sobre a mesa ou colocar o celular no bolso de trás. É aí que mora o perigo. Por ser um utensílio fácil para ser vendido e moeda de troca no tráfico de drogas, o celular é alvo das atividades ilegais de criminosos”, explica.

De acordo com a militar, é importante que os proprietários também guardem o número de série do celular (conhecido como IMEI), sigla em inglês que significa Identificação Internacional de Equipamento Móvel. A primeira ação de muitas pessoas, em caso de perda ou roubo do celular, é pedir o bloqueio do chip, mas muitos não sabem que também podem entrar em contato com a operadora de telefonia celular e informar o IMEI. Depois de algumas horas, ninguém poderá utilizá-lo.

Também é fundamental que ao ser feito o registro policial, a vítima tenha o número do IMEI em mãos. “O IMEI pode ser obtido digitando no próprio aparelho os caracteres *#06# e o número de série aparecerá no visor. De posse desse número a Polícia Militar poderá, no ato de apreensões ou abordagens a pessoas em atitude suspeita, identificar a origem do aparelho, e constatando irregularidades, fazer a apreensão do celular e prender o infrator por receptação”, informa Tenente Suelen.

Bloqueio
Para bloquear o celular, o cidadão que foi furtado ou roubado deve, primeiro, registrar um boletim de ocorrência. Depois, acessar o site da CBLOC (http://cbloc.seguranca.mg.gov.br) , da Secretaria de Segurança Pública e de Justiça, para fazer o cadastro do aparelho no sistema em até 48 horas após o boletim. Após este período, é necessário ir a uma unidade de Polícia Militar ou Civil para pedir o bloqueio. Nesta plataforma o usuário pode solicitar o bloqueio do seu aparelho celular roubado ou furtado de forma simples, rápida e segura.

Além de garantir que quem cometeu o crime não utilizará seu aparelho – acessando informações pessoais como mensagens de texto, caminhos diários salvos em aplicativos com GPS, por exemplo – o cidadão exerce a sua cidadania e contribui para a redução dos roubos e furtos de celulares em Minas Gerais. “Com aparelhos inutilizados e sem possibilidade de ativação em nenhuma operadora, o dispositivo perde valor de mercado no mundo no crime”, reitera a assessora de comunicação do 11º BPM.

A CBLOC também busca inibir o roubo de celulares que ainda não foram vendidos para os consumidores, à medida que lojistas e transportadores poderão bloquear aparelhos que foram subtraídos em crimes de roubo de carga, por exemplo. Vale ressaltar que apenas o aparelho celular será bloqueado por esta Central. Para bloqueio da linha, o usuário precisa fazer contato com a operadora de celular.

Danilo Alves

Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu

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