Alunos de JF se dizem prejudicados por correção do Enem

A estudante Carolina de Almeida Barros, 19 anos, nota mil na redação do Enem, conta que se sentiu prejudicada por causa das falhas ocorridas na correção de algumas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo anúncio feito pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, a falha de correção atingiu seis mil provas, dentro das mais de cinco milhões de inscrições. Os problemas teriam se concentrado em quatro cidades: Alagoinhas, na Bahia, e Ituiutaba, Iturama e Viçosa, em Minas Gerais, no segundo dia de exame.

De acordo com a jovem juiz-forana, sua nota na área de matemática teria sido muito discrepante em relação ao seu número de acertos. “Eu acertei quase 40 questões e minha nota veio abaixo de 800, sendo que gente com menos questões fez mais pontos. Mesmo com a TRI (Teoria de Resposta ao Item), a nota não poderia ter vindo baixa. Por isso, eu já contatei o Inep para pedir revisão e fui informada de que irão revisar. Estou esperando”.
Além da estudante, pelo menos outros 12 alunos de Juiz Fora constataram incoerência na nota da prova de matemática. É o que informa o professor do Curso de Matemática Para o Enem, Rômulo Machado Garcia. “Tenho cerca de 300 alunos e costumo fazer um levantamento das notas obtidas por eles. Nem todos responderam ainda, mas pelo menos 12 apontaram que a nota veio incoerente em relação ao número de acertos; algo entre cem e 200 pontos abaixo do que tradicionalmente viria. Essa discrepância é totalmente irregular, por mais que o TRI possa fazer com que uma nota seja um pouco pior ou um pouco melhor do que o previsto”, diz.

Por outro lado, o professor ressalta que o número de acerto nas diferentes provas gera pontuações distintas. “É preciso levar em conta que na área de linguagens, por exemplo, se você acerta as 45 questões, a nota máxima é pouco mais de 800 pontos. Na área de matemática, para tirar 800 pontos você precisar acertar cerca de 32 questões. O que tem sido relatado é que muitos alunos acertaram entre 35 e 38 pontos e estão com a nota de matemática abaixo de 800”.

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A Tribuna entrou em contato com colégios de Juiz de Fora, solicitando levantamento de possíveis alunos prejudicados na correção do Enem, mas outras instituições ainda não receberam relatos de estudantes sobre prováveis irregularidade no resultado individual.

Frente Parlamentar cobra esclarecimentos

Estudantes que prestaram o Enem em Viçosa entraram, nesta segunda, com pedido para que o Ministério Público Federal (MPF) de Juiz de Fora atuasse na suspensão do prazo de inscrição até a resolução dos problemas. Os alunos afirmam que suas notas estão muito abaixo do normal nas provas de ciências da natureza e matemática. Segundo a Agência Estado, o MPF enviou ofício ao ministro da Educação na noite desta segunda solicitando que a abertura do Sisu seja suspensa até que as falhas sejam solucionadas. Até o fechamento desta edição, no entanto, o MEC não tinha se pronunciado sobre esta possibilidade.

A deputada federal Margarida Salomão (PT), como coordenadora da Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais, está acompanhando as ações do governo federal para apurar as falhas do Enem e tomando todas as medidas possíveis para que os candidatos não sejam prejudicados. Em nota, a Frente Parlamentar cobrou esclarecimentos do Governo a respeito dos motivos que levaram à falha.

“O importante, agora, é que o governo esclareça o que aconteceu e os motivos que levaram a essa falha, identificar sua abrangência, e indicar claramente de que forma será feita a correção das notas, de modo que não haja prejuízo aos candidatos afetados, o mais rápido possível”, pontua o texto.”

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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