Apesar de intervenções, imbróglio do fechamento de passagem de nível continua

Ao longo das últimas semanas, a Mesa de Diálogo e Mediação de Conflitos da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) vem intermediando as negociações entre os moradores do Bairro Poço Rico, na Zona Sudeste, e representantes da empresa MRS, em razão do imbróglio causado pelo fechamento da passagem de nível localizada nas esquinas das ruas Pinto de Moura e da Bahia. Desde então, a execução de medidas compensatórias aos impactos causados pela polêmica inauguração do Viaduto Engenheiro Renato José Abramo, conhecido como Viaduto do Tupynambás, como mudanças no trajeto do ônibus que atende a região e o recapeamento de uma via, foi acordada. Entretanto, ainda há pendências, como uma alternativa ao fechamento da passagem de nível, uma das principais demandas da comunidade.

Desde dezembro, comerciantes locais e moradores manifestam insatisfação com a interrupção do fluxo de veículos no local, o que foi concretizado no dia 22 daquele mês, quando o viaduto foi inaugurado. Conforme a comunidade, o fechamento da passagem de nível torna difícil o trânsito dos moradores entre os bairros Poço Rico e Santa Tereza, conexão que, agora, é feita apenas dando a volta na Rua Espírito Santo, na região central. A medida, segundo a Associação de Moradores do Bairro Poço Rico, prejudica principalmente o comércio local, que fica mais difícil de ser acessado por quem está do lado contrário da passagem de nível. A questão voltou a ser foco de manifestação no último sábado (23), quando moradores da comunidade lembraram um mês da mudança no tráfego.

Segundo o presidente da associação, Alexandre Silva, as conversas intermediadas pela Mesa de Diálogo evoluíram durante as últimas semanas. “Nós estamos no lucro por estar sendo ouvidos. Pelo menos a parte de sentar com a gente já é um ganho. A gente acha que esse diálogo deveria ter sido feito antes, mas infelizmente não aconteceu”, analisa.

No sábado, comunidade voltou a protestar contra mudança, que completou um mês. Comerciantes já estariam sentindo impacto nas vendas, segundo associação (Foto: Associação dos Moradores do Bairro Poço Rico)

Demandas próximas da solução

À Tribuna, Alexandre afirma que algumas demandas da comunidade, inclusive, estão próximas de ser solucionadas, como é o caso do transporte coletivo urbano. Desde a inauguração do viaduto, a linha de ônibus coletivo 311 não faz a ligação entre o bairro e o Centro por conta da mudança no trânsito local. Entretanto, de acordo com ele, está prevista uma alteração no trajeto do transporte urbano, que vai possibilitar o acesso do veículo ao interior do bairro.

O recapeamento da Rua Alagoas era outra questão. Segundo o presidente Alexandre Silva, uma intervenção deveria ter sido realizada antes da construção do viaduto. Apesar de a pendência continuar, a colocação de um novo asfaltamento está prevista para o 1º de fevereiro, de acordo com ele. Outra demanda diz respeito a um material que foi deixado para trás abaixo do viaduto, que estava sendo alvo de furtos. O local está sendo limpado pela Prefeitura, e o espaço deve ser fechado para utilização posterior pela PJF, segundo Alexandre.

Já o problema grave localizado no encontro da Rua da Bahia com o novo viaduto, onde há um canteiro que impede a saída do pedestre em direção à Rua Coronel Delfino, deve ser solucionado com a reconstrução do trecho do passeio, conforme o que foi acordado junto à Mesa de Diálogo.

Procurada pela Tribuna para se posicionar sobre a questão, a PJF informou que foram realizadas três reuniões junto com a comunidade do Poço Rico e a MRS, “que resultaram em um relatório de pendências estruturais em função da obra. Em função disso, a Prefeitura já solicitou a realização de intervenções para corrigir alguns dos problemas causados”. Por outro lado, outros pontos seguem “como pautas a serem discutidas nos próximos encontros”, como é o caso da passagem de nível. Uma nova reunião entre os representantes da comunidade, a MRS e a PJF está marcada para a próxima quinta-feira (28).

À Tribuna, a MRS informou que está participando da Mesa de Diálogo “para as tratativas que se fizerem necessárias a respeito do tema” e que vai continuar “dialogando permanentemente com todos os entes públicos e associações presentes nas reuniões promovidas pela prefeitura.” A empresa destacou ainda que “as decisões sobre mobilidade e requalificação urbana cabem ao Poder Público municipal analisar e aprovar.”

O post Apesar de intervenções, imbróglio do fechamento de passagem de nível continua apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

Pesquisar