Associação pede reabertura de academias de ginástica em manifestação

Na tarde desta terça-feira (7), integrantes da Associação das Academias de Juiz de Fora (Acad JF) promoveram uma manifestação pela reabertura dos estabelecimentos no município. Eles se reuniram no estacionamento do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio e partiram, em carreata, em direção ao prédio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), no Centro. O grupo pede ao Executivo uma previsão para a reabertura das academias de ginástica na cidade, garantindo a segurança sanitária por meio da utilização de cartilha própria com medidas preventivas à transmissão do coronavírus.

Pelo protocolo do Minas Consciente, programa estadual que regula a retomada econômica em meio à pandemia de coronavírus no estado, as academias estão inseridas no grupo das atividades consideradas de risco extremamente alto para transmissão da Covid-19. Esses setores serão liberados apenas quando a pandemia estiver controlada, conforme a política estabelecida pelo Governo de Minas Gerais e adotada pela PJF desde maio.

Entretanto, os proprietários das academias de ginástica juiz-foranas reivindicam que esse tipo de estabelecimento seja adiantado nas ondas do programa, permitindo que a retomada do funcionamento aconteça antes do que é projetado hoje, além de uma previsão para a reabertura, uma vez que, segundo eles, nenhuma perspectiva foi apresentada pelo Município. “A gente já vem tendo várias conversas com o Legislativo e Executivo do município, mas ainda não surtiram efeito”, lamenta o vice-presidente da Acad JF, Daniel de Oliveira, à Tribuna.

Segurança sanitária

Para a retomada do setor – que representa cinco mil empregos diretos em Juiz de Fora, segundo a associação -, os empresários apostam em um protocolo elaborado pela Acad Brasil. “(A cartilha) segue todas as normas da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Ministério da Saúde. Ela foi reeditada por professores da USP qualificados na área de pandemia”, assegura o vice-presidente do grupo juiz-forano, afirmando que a PJF já tem conhecimento das medidas propostas.

A cartilha, elaborada em âmbito nacional pelas empresas do setor, institui medidas como: utilização de máscaras para todos os funcionários; distanciamento de equipamentos; limitação de clientes simultâneos nos espaços físicos através de agendamentos por aplicativo; e instituição de uma capacidade máxima de pessoas por metro quadrado em cada espaço. “É um protocolo muito rigoroso e rígido, que já foi entregue a todos os secretários. Nós nos predispomos a cumpri-lo para entrar num entendimento para a reabertura”, salienta Daniel de Oliveira.

“Todo programa possui ajustes a serem feitos”, diz PJF

O grupo de gestores mantém contato com vereadores e chegou a apresentar dois requerimentos na Câmara Municipal. O primeiro, datado de 27 de abril, solicita um plano para a reabertura de academias e estabelecimentos prestadores de serviços similares. O segundo, apresentado na última quarta-feira (1º de julho), solicita a abertura de ofício para que o município deixe o programa Minas Consciente e elabore protocolo próprio para a retomada econômica. Os dois foram aprovados pela Casa, mas rejeitados pela Administração municipal.

Por nota, a PJF se manifestou contrária à saída do município do programa Minas Consciente. Segundo a Administração municipal, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Juiz de Fora, que regula as políticas de combate à pandemia, “entende que todo programa possui ajustes a serem feitos. Contudo, o funcionamento do plano estadual ainda é o que melhor contempla as discussões regionais da pandemia, diante do viés assistencial e econômico”, argumenta.

Com o entendimento de que a manutenção do município no programa ainda é a melhor alternativa, o Comitê deliberou por indeferir a solicitação de vereadores e manter Juiz de Fora no Minas Consciente.

Indefinição em nível nacional

A discussão em torno da reabertura de academias de ginástica durante a pandemia de coronavírus ocorre a nível nacional. No dia 11 de maio, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto incluindo as academias e salões de beleza entre os serviços considerados essenciais, o que poderia assegurar o funcionamento dos setores. “A pessoa fica em casa sedentária, aumenta colesterol, piora a saúde”, justificou o presidente.

A medida, no entanto, não surtiu efeito em Minas Gerais. Por entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), os estados têm autonomia para definir as medidas de combate à pandemia em seus territórios, e o governador Romeu Zema (Novo) decidiu não acatar a sugestão presidencial. Naquele momento, o programa Minas Consciente tinha apenas duas semanas de funcionamento, e as academias e os salões de beleza foram mantidas no último grupo previsto para a retomada.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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