Atividades religiosas seguem suspensas em JF, apesar de decreto

No Decreto 10.292, publicado nessa quinta-feira (26), no Diário Oficial da União, o presidente Jair Bolsonaro definiu atividades e serviços essenciais que devem continuar funcionando. Entre eles, as atividades religiosas que, segundo o presidente, devem permanecer em funcionamento durante a emergência de saúde pública em função do novo coronavírus. Apesar dessa orientação, as lideranças religiosas de Juiz de Fora seguem recomendando o distanciamento social e não devem retomar as atividades que reúnem as pessoas, até segunda ordem.

De acordo com o presidente do Conselho de Pastores de Juiz de Fora (Conpas), o pastor Charles Marçal, as orientações a respeito dos cultos e demais atividades religiosas persistem, conforme nota divulgada pelo Conpas há uma semana. “As igrejas permanecerão abertas para atendimento individualizado, e todas as ações que geram aglomerações estão suspensa, assim como foi decidido. Esse cuidado permanece, e também orientamos que as pessoas do grupo de risco precisam ficar em casa”, reiterou o pastor.

O presidente da Aliança Municipal Espírita (AME-JF), Elison Fonseca, afirmou que como os especialistas estão adotando o distanciamento social das famílias, foi formado um comitê com espíritas para discutir o assunto. “A AME, diferente das outras religiões, não determina, sugere. Sugerimos que as Casas Espíritas suspendessem todas as suas atividades. Todas as Casas afiliadas à AME, que são 62 no total, suspenderam.”

Com o novo decreto, o comitê se reuniu novamente. A conclusão foi a permanência da paralisação das atividades. “Sugerimos, então, que todas as alterações de procedimentos sejam baseadas em informações científicas. Sugerimos também que os grupos de estudos sejam feitos por meio de meios tecnológicos de comunicação”, reforça Elison.

O arcebispo metropolitano, dom Gil Antônio Moreira, afirmou, em comunicado, que o decreto publicado por Bolsonaro merece acolhida e gratidão, por destacar atividade religiosa entre as coisas essenciais da vida humana. Ele pontua que o texto veio para evitar atitudes descabíveis de poderes locais, que chegaram a proibir orações e celebrações em pequenos grupos, protegidos por cuidados severos, para evitar contaminação.

Em consonância com a CNBB, segundo Dom Gil, a Arquidiocese continuará a obedecer as orientações do Ministério da Saúde. “Cuidando do distanciamento social, fazendo celebrações nas igrejas com pouquíssimas pessoas, transmitindo as liturgias por meios televisivos para que os fiéis, com proveito, possam participar de suas casas”.

A equipe da Tribuna também buscou contato com lideranças e representações de Religiões de Matriz Africana na cidade, mas até o fechamento dessa edição não conseguiu resposta.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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