O motorista nem precisa soprar. O novo bafômetro já em uso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Juiz de Fora, identifica a presença de álcool a uma distância de 20 a 30 centímetros. Três equipamentos como este estão à disposição dos agentes que fiscalizam as estradas federais e, eventualmente, serão usados nos trechos de rodovia estadual em operações integradas. Cada bafômetro custou R$ 2.750 mil, e a aquisição se deu por meio de verbas concedidas pelas concessionárias (Concer e Via 040), que administram o trecho sob responsabilidade da 5ª Delegacia da PRF.
A expectativa é de que seu uso dê mais celeridade em operações, principalmente em blitz da Lei Seca em eventos de grande porte, além de representar economia à União. Os etilômetros passivos, como são chamados, chegaram à cidade em abril e captam a presença de álcool durante uma conversa, bastando a aproximação do aparelho junto à pessoa. O equipamento pequeno e leve, é considerado eficiente, e os resultados são vistos por meio de sinais luminosos. Se acender a luz verde é porque não há álcool no ambiente. A luz amarela indica que pode haver álcool, enquanto a vermelha aponta que o motorista fez a ingestão de álcool. O teste dura aproximadamente 15 segundos e, a partir dele, é feita uma triagem.
“Vale lembrar que o teste não serve como prova nos processos, uma vez que o equipamento não mostra a taxa de álcool no sangue. Por isso, se uma das luzes aponta presença de álcool, o motorista é convidado a fazer o teste tradicional”, garante o policial rodoviário federal, Leonardo Fácio. “Já é sabido de todos que o condutor não é obrigado a soprar o bafômetro e produzir provas contra si, mas muitas vezes nós temos que confeccionar a multa por recusa e apenas com a constatação policial. Com o equipamento, estaremos corroborando essa percepção de que a pessoa realmente está embriagada e iremos conseguir fiscalizar um maior número de pessoas apenas chegando perto. Se houver suspeita, iremos pedir para estacionar o veículo e fazer o teste no outro aparelho”, explica o agente.
O instrumento é mais uma ferramenta utilizada pelas autoridades para tentar convencer as pessoas sob o risco de dirigir após fazer ingestão de bebida alcoólica. “O novo equipamento não produz prova. A prova se dá com bafômetro tradicional, quando constam os índices de álcool no sangue. Se, neste segundo teste, o condutor se recusar, ele é multado”, garante. Os motoristas flagrados com teor alcoólico acima de 0,33 miligramas de álcool por litro por litro de sangue respondem por crime de trânsito. Neste caso, eles têm a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida e são multados em R$ 2.934,70. O valor é o mesmo para quem não quiser fazer o teste. Se outros sinais de embriaguez, como dificuldade para falar ou andar, forem verificados, aí sim o motorista é preso e responde a ação penal.
Economia
Além de garantir fiscalizações mais céleres, o novo equipamento gera economia financeira. Dados divulgados pela PRF apontam que, em todo o ano passado, foram realizados 6.247 mil testes de etilômetro no trecho sob jurisdição da 5ª Delegacia da PRF, que abrange a BR-040, de Ouro Preto até a divisa com o RJ, e a BR-267, de Bicas até Caxambu, além de parte da BR-354, entre Caxambu e Pouso Alto. A cada exame realizado em bafômetros tradicionais é utilizado um bocal descartável, cujo valor é de, aproximadamente, R$ 1,80. Se considerarmos os números de 2018, foram gastos mais de R$ 11 mil apenas com bocais durante as fiscalizações. Com os novos instrumentos, a detecção seria necessária em apenas 106 casos, quando houve confirmação do uso de álcool ao volante.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
