Baixa umidade e tempo seco alastram focos de incêndio em Juiz de Fora

 

 ”
data-cycle-speed=”750″
data-cycle-caption=”#gslideshow_captions”
data-cycle-caption-template=”{{cycleCaption}}”
>

Tempo---fernando-priamo-(10)

Tempo---fernando-priamo-(3)

Tempo---fernando-priamo-(5)

Tempo---fernando-priamo-(8)

<
>
Nesta terça as chamas atingiram uma área de pasto nas proximidades da Avenida Olegário Maciel (Foto: Fernando Priamo)

Juiz de Fora entrou em estado de atenção por causa dos baixos índices de umidade, que é fator determinante para a propagação das chamas em incêndios como tem ocorrido na região. Quarenta e uma ocorrências de fogo em vegetação foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros entre a última sexta feira (4) e esta segunda (7), na cidade. A situação se deve, além dos indicadores de umidade relativa do ar, pela presença de uma massa de ar seco e quente sobre a região. O fenômeno climatológico funciona como um bloqueio atmosférico, impedindo a aproximação das frentes frias que causam a instabilidade.

Sem chuvas fica mais fácil perceber queimadas, que têm se alastrado pela cidade e formado nuvens de fumaça. Nesta terça, inclusive, as chamas atingiram uma área de pasto nas proximidades da Avenida Olegário Maciel. Já na segunda-feira, os bombeiros estiveram mobilizados para combater um incêndio que atingiu vegetação nos bairros Estrela Sul e Cascatinha, na Zona Sul. De acordo com a corporação, as chamas iniciaram em uma área próxima à Alameda Pássaros da Polônia, no Estrela Sul, e, em seguida, chegaram ao bairro vizinho. Foram utilizados cerca de mil litros de água para combater o fogo. As chamas consumiram um espaço equivalente a quatro campos de futebol. Não houve feridos e não foram encontrados sinais do que possa ter causado o fogo.

Outra ocorrência chamou a atenção de moradores do Bairro Santa Teresa, na região Sudeste, na tarde de sexta, quando o fogo consumiu parte de um terreno situado na Rua Delorme Louzada. As chamas chegaram muito próximas de uma igreja que faz divisa com o local, provocando grande concentração de fumaça. Um agravante eram os 29% de umidade relativa do ar registrados naquele momento.

O Corpo de Bombeiros ainda não tem dimensão do estrago causado pelos incêndios deste final de semana, no entanto, afirma que os números assustam. A avaliação é que, em comparação com mesmo período do ano passado, não houve grandes alterações. Apesar disso, a corporação ressalta que muitos focos foram causados por negligência.

“Existem causas naturais, como metais que podem se aquecer ao sol e originar um foco, dando origem ao incêndio. Porém, sabemos que a maioria tem causa antrópica – realizada pelo homem. Muitos ocorrem em propriedades onde o responsável realizou a limpeza do terreno, porém não deu a destinação certa para esse mato, ateando fogo. Com a baixa umidade do ar combinada aos ventos, esse fogo foge do controle e acaba se alastrando para grandes áreas”, afirmou a tenente Vanessa Filippo, assessora de comunicação do 4º Batalhão de Bombeiros Militar.

Colocar fogo em vegetação é crime, previsto na Lei 9065 de Crimes Ambientais, sob pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

Mais de 700 ocorrências este ano

O mês de setembro é, historicamente, o que mais registra incêndios florestais no Brasil e, em Juiz de Fora, o cenário vem se desenhando a corroborar com o cenário nacional. Segundo dados do 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros, até o dia 7 de setembro, foram 705 ocorrências de incêndio na cidade. Deste total, 496 aconteceram em áreas de pastagens e às margens de rodovias e outras 209 dentro do perímetro urbano, principalmente em lotes vagos. Os bombeiros temem dados ainda maiores até o final de setembro. “A tendência é aumentar a incidência de incêndio em vegetação, isso tem ocorrido, inclusive, em anos anteriores”, diz, em tom de preocupação, a tenente Vanessa Filippo.

Massa de ar seco e quente predomina no restante da semana

A forte massa de ar continua nos próximos dias na cidade. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o município tende a registrar umidade relativa do ar abaixo dos 30%. No domingo, o índice alcançou 23%, menor patamar observado em 2020, que representa estado de atenção. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que, para uma boa qualidade do ar, o ideal é que a umidade esteja em torno dos 60%.

No entanto, nesta segunda semana de setembro, os modelos meteorológicos apontam para permanência de umidade baixa, principalmente durante as tardes, e não há previsão para ocorrência de chuvas. Um novo alerta emitido pelo Inmet aponta condições meteorológicas favoráveis para ocorrência de baixa umidade relativa do ar, entre 30% e 20% nesta quarta na Zona da Mata.

Baixos índices favorecem piora na qualidade do ar, intensificação de doenças respiratórias e infecções oculares e maior ocorrência de incêndios em áreas secas, gerando fuligens que dificultam a visibilidade nas estradas. Especialistas recomendam mais cuidado com a higiene, além de evitar exercícios físicos ao ar livre e não esquecer de ingerir bastante água.

Calor segue intenso
Em Juiz de Fora, assim como em boa parte de Minas Gerais, a condição favorece a grande amplitude térmica, que é a diferença entre a temperatura máxima e a mínima, e o calor segue intenso. Os termômetros devem variar entre os 15 e 32 graus.

Apenas na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, há condições de maior cobertura de nebulosidade, por causa dos ventos carregados de umidade que chegam do mar em direção ao continente. Nesta terça, de acordo com o Inmet, Juiz de Fora teve mínima de 16,2 graus e máxima de 30,8 graus.

O post Baixa umidade e tempo seco alastram focos de incêndio em Juiz de Fora apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

Pesquisar