Câmeras de segurança mostram vítima sendo executada dentro de bar

A Polícia Civil divulgou nesta terça-feira (11) a conclusão de mais dois inquéritos de homicídios ocorridos em Juiz de Fora no ano passado. Um deles é o assassinato de Michel Barbosa, 29 anos, morto a tiros dentro de um bar, na noite de 20 de novembro, no Bairro São Geraldo, Zona Sul. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que o atirador e seu comparsa entraram encapuzados dentro do estabelecimento comercial e executaram a vítima, em meio a outros frequentadores. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, um dos suspeitos, 27, está preso. O outro, 38, ainda não foi localizado, mas há mandado de prisão preventiva expedido contra ele.

“Toda a ação delituosa foi filmada. Os autores não se preocuparam em se esconder. Adentraram, retiraram as testemunhas da proximidade da vítima e logo depois a executaram com três, quatro disparos de arma de fogo, um na cabeça e o resto na região do peito.” Ainda segundo o delegado, tanto Michel quanto os suspeitos eram moradores do São Geraldo. “A motivação está ligada a tráfico de drogas. A vítima havia acabado de sair do sistema prisional e teria voltado para a região, que já era, em tese, dominada por esses dois executores”, explicou Rolli.

Quando a PM chegou ao local naquele dia, na Avenida Darcy Vargas, encontrou Michel caído no interior do estabelecimento comercial, já sem vida. Testemunhas apontaram que os dois suspeitos, um deles armado com revólver, chegaram na frente do bar e chamaram o homem para sair do local. Como ele se recusou, o criminoso armado decidiu entrar e abriu fogo.

Morto por furto

O segundo caso concluído pela Polícia Civil e encaminhado à Justiça é o assassinato de Gabriel Ferreira de Sousa, 25, espancado até a morte, com chutes, socos e pauladas, no dia 19 de setembro, na parte alta do Bairro Santo Antônio, Zona Sudeste. Dois adolescentes de 17 anos e quatro adultos, com idades entre 18 e 31 anos, foram identificados e detidos. Conforme as investigações, a ação criminosa teria sido orquestrada por um dos menores de idade, apreendido em flagrante pela Polícia Civil com uma pistola calibre 45, e por um jovem, 21, suspeito de participação em mais dois assassinatos e em outras duas tentativas de homicídio ocorridos no ano passado.

O rapaz de 21 anos é considerado de “alta periculosidade” pelo delegado Rodrigo Rolli, devido ao seu envolvimento contumaz em crimes contra a vida. “Eles se intitulavam como integrantes de uma facção criminosa. Inclusive, há fotos inseridas, através de serviços de campana, de pichações intimidando a sociedade e os moradores de bem daquela região. Estamos dando a resposta.”

No dia do crime, Gabriel foi encontrado na Rua da União com sangramento nas pernas e hematomas na região torácica. A polícia obteve informações, na época, de que um morador teria acusado a vítima de furtar uma fiação de sua casa. “A delegacia conseguiu demonstrar de forma clara a participação do tráfico de drogas. O tráfico estava impondo uma lei de que não deveria acontecer crimes patrimoniais”, destacou Rolli.

Conforme o inspetor Anderson Salvador, foi necessário o uso de testemunhas veladas devido ao medo da população, já que naquela área “impera a lei do silêncio”. “Os autores tentam impor na região um poder paralelo, usando até nomes de facções criminosas do país. Espancaram esse rapaz até a morte por entender que ele estava atraindo a polícia até o local por cometer esses diversos furtos”, enfatizou.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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