Caso Matheus Goldoni: começa o terceiro dia de julgamento

Grande número de pessoas acompanha o julgamento no Tribunal de Júri (Foto: Olavo Prazeres)

Tem início na manhã desta quinta-feira (22) o terceiro dia de julgamento do caso Matheus Goldoni. A sessão de quarta (21) teve início por volta das 9h15 e terminou cerca de 23h. Ao longo do dia, testemunhas que não foram ouvidas na terça puderam prestar depoimentos. Para esta quinta, a previsão é de que sejam ouvidos os quatro réus. Em seguida, terão início os debates, com duas horas e meia para a acusação, seguido do mesmo tempo para a defesa. A réplica, a cargo da Promotoria, pode se estender por mais duas horas, assim como a tréplica, quando a defesa tem disponibilizadas outras duas horas para as considerações finais.

A perita da Polícia Civil Soraya Araújo foi ouvida novamente hoje. Foi um fato inesperado, pois os trabalhos seriam iniciados pelos depoimentos dos quatro réus. Segundo o juiz Paulo Tristão, ela o procurou nesta quinta, 10 minutos antes de a sessão ter início, para pedir para ser ouvida novamente. Em sua breve fala, porém, a perita fez apenas uma ressalva sobre uma observação técnica que fizera em sua oitiva ontem. Os jurados receberam hoje, a pedido de um dos integrantes do júri, o laudo de necropsia, laudo de levantamento e complementos.

Perita participa de nova oitiva na manhã desta quinta (Foto: Olavo Prazeres)

Juiz promoveu acareação entre mãe de Matheus e testemunha

Nívea e Cláudio, pais de Matheus Goldoni (Foto: Olavo Prazeres)

A mãe de Matheus Goldoni foi submetida ontem a uma acareação, no Tribunal do Júri mesmo, com uma das testemunhas pelo juiz Paulo Tristão. O homem teria gravado um áudio falando sobre o que vira e, durante a oitiva dessa quarta, negou as informações, embora tenha admitido ser dele a voz na gravação. “O juiz falou pra gente ficar um de frente pro outro, e foi muito importante isso, os jurados quiseram me ouvir”, afirmou Nívea à reportagem nesta quinta. “Ele falou que não conversou. Mas e a gravação? Ele assumiu que é a voz dele. Graças a Deus a gente conseguiu mostrar que ele está com medo. Foi o que ele falou pra gente desde o início, que estava com medo de falar.”

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Defesa e acusação

Antes do começo da sessão, o advogado da família Goldoni, Wagner Valssis, comentou com a reportagem a acareação promovida pelo juiz Paulo Tristão entre a mãe de Matheus, Nívea Goldoni, e uma testemunha que teria presenciado o desenrolar dos fatos do lado de fora da boate Privilège envolvendo o jovem e os seguranças da casa noturna. Segundo Valssis, a testemunha procurou a família para relatar o que vira, mas ontem, durante a oitiva, negou o que teria dito em uma gravação em áudio apresentada pela defesa por se sentir “acuado”. “Não foi a família que saiu buscando ele, ele primeiro entrou em contato e, numa primeira conversa, disse para a família que tinha visto. Isso consta nos autos. Só que depois, isso ele mesmo fala, por medo, ele volta atrás.”

Já o advogado de defesa dos réus, Ricardo Fortuna, considerou a acareação entre a testemunha e a mãe de Matheus “proveitosa”. “Foi muito bom para que os jurados pudessem ver a sinceridade e a verdade e aquilo que cada testemunha disse ter viso no dia dos fatos.” Ele também comentou a oitiva da perita criminal que procedeu o exame no cadáver de Matheus. “A perita esclareceu toda a dinâmica do evento e alguns pontos obscuros. Como não vamos entrar em debates agora e vamos explorar esses pontos, eu prefiro não tecer comentários nesse momento. Mas eu sou muito otimista com a Justiça.

Fortuna informou que, antes do depoimento dos réus, pediria a exibição de um vídeo de um acidente ocorrido nas proximidades do Privilège, mas sem relação com os episódios de 16 de novembro de 2014. Trata-se de uma reportagem de TV sobre a queda de um produtor cultural em um barranco próximo à Estrada Gentil Forn. Com referência à expectativa para o dia, Wagner Valssis disse que espera que, após três dias “exaustivos” de júri, que tudo se resolva nesta quinta. “Esperamos a decisão de condenação, é o que família espera. As provas dos autos, na minha concepção e na concepção da Promotoria, são claras de que o Matheus foi morto.”

 

 

 

 

 

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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