Caso Matheus Goldoni: seguranças são condenados, mas vão recorrer em liberdade

Pais de Matheus Goldoni abraçam-se após a leitura da sentença (Foto: Olavo Prazeres)

Após quatro dias e mais de 40 horas de julgamento, o juiz Paulo Tristão leu, no Tribunal do Júri, a sentença do caso Matheus Goldoni, jovem encontrado morto há quase cinco anos na cachoeira do Vale do Ipê, três dias após ter sido visto pela última vez no entorno da boate Privilège, na Estrada Gentil Forn, na Cidade Alta. Adelino Batista da Silva e Aroldo Brandão Júnior, seguranças da boate Privilège, foram condenados por homicídio a 18 anos de reclusão em regime fechado, mas poderão recorrer em liberdade. Fabrício Teixeira da Silva foi condenado a 2 anos de detenção em regime aberto por homicídio culposo, convertidos em serviços comunitários, ficando também proibido de ser gerente operacional de casa noturna e segurança. Marco Aurélio de Oliveira, ex-segurança da boate Privilège, foi absolvido.

Veja como foi a leitura da sentença:

Muito emocionada após a leitura da sentença, Nívea Goldoni, mãe de Matheus falou com a reportagem. “Agora a ente pode descansar. Eles queriam falar que meu filho foi acidentado. Tudo de errado. A gente conseguiu provar que ele foi morto. A justiça foi feito. Agora é com Deus.”

Marco Aurélio de Oliveira, o Camuanga, ex-segurança que teria dado carona a um dos seguranças na perseguição a Matheus do lado de fora da Privilège, disse que não sai ileso de todo o processo, apesar de ter sido o único absolvido. “Inocentado, mas com uma parte danificada. Eu acho que tudo que aconteceu foi uma covardia, sentença de 18 anos, mesmo que seja em liberdade, para trabalhadores, pessoas do bem. Foi provado que não houve homicídio, mas sim um acidente, para daí a gente ser chamado pelos promotores, pela sociedade, de assassinos? Eu acredito que essa resposta da Justiça foi só para acalmar o clamor, acalmar a sociedade, danificando e prejudicando as nossas vidas. Nós tínhamos que ser absolvidos e indenizados por todo esse tempo de covardia que fizeram.”

O promotor de Justiça Hélvio Simões Vidal acredita que a sentença ocorreu dentro do esperado pela acusação. “Acho que a decisão está dentro do esperado, do que foi provado dentro do plenário. A primeira coisa que foi provada foi que Matheus Goldoni foi levado para a trilha da cachoeira do Vale do Ipê e ali foi morto por dois seguranças, com a participação do gerente operacional de forma imprudente, porque permitiu a saída desses funcionários da boate, e que Goldoni foi afogado. A causa da asfixia foi criminosa. O júri reconheceu a existência de um fato criminoso e que duas pessoas são diretamente responsáveis por dar a Matheus a morte por submersão no meio líquido.”

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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