Castramóvel retorna e planeja atender a 1.400 animais até o final do ano

Após sete meses de espera por recursos, o programa itinerante de castração de animais, o castramóvel, retornou em agosto em para diminuir a longa fila de espera resultante de três anos de funcionamento em meio a dificuldades financeiras. O serviço recebeu verba federal, que deverá garantir os trabalhos até dezembro, e, durante o prazo, cerca de 1.400 animais serão atendidos dentre os mais de 18 mil que aguardam atendimento.

Desde 2018, a atuação do castramóvel é prejudicada por diversas paralisações. Em 2019, o programa foi interrompido durante todo o primeiro semestre por falta de verba, o que se repetiu em 2020, após o serviço ser realizado de julho do último ano até janeiro. No período, a fila de espera caiu de cerca de 20 mil animais, como revelado em matéria da Tribuna divulgada em outubro de 2019, para os 18.199 que aguardam atualmente.

A lista poderia ser maior, mas o Departamento de Controle Animal (Dcan) do Demlurb interrompeu o recebimento de pedidos ainda no ano passado, visto que não fazia sentido aumentar a lista que, desde 2017, não tinha vazão. Por outro lado, como ainda há pedidos aguardando por até três anos, a tendência é que a contagem de animais ainda necessitando atendimento seja menor, já que muitos donos acabam castrando os bichos por conta própria ou em projetos comunitários que oferecem o trabalho.

“Nós conseguimos voltar no mês passado (agosto), atendemos aos animais do Canil Municipal e, depois, fomos para o (Bairro) Granjas Betânia. Agora, nós vamos para a Barreira do Triunfo e, depois, deve ser o Parque das Águas”, explica a gerente do Dcan, Miriam Neder. A escolha dos bairros inicialmente priorizados não é aleatória: é organizada a partir das regiões de maior demanda e que mais necessitam dos atendimentos gratuitos.

Ao contrário do que era feito nos anos anteriores, o programa não mais faz longos cronogramas, uma vez que é pouco previsível a quantidade de verbas públicas disponibilizadas. O planejamento de atuação até dezembro foi possível após recursos advindos de emenda parlamentar do deputado Dimas Fabiano (Progressistas/MG), que passaram por longo processo burocrático entre 2019 e este ano até a viabilização. “A gente trabalha um pouco e para. Chega um pouco de dinheiro, e você faz aquele cronograma, mas não consegue cumprir. Neste ano, até dezembro, nós vamos conseguir trabalhar. Em janeiro, começa outra luta”, projeta Miriam.

Necessidade de ações de conscientização

Para a gerente do Dcan, apesar de ser a principal ferramenta no combate ao abandono de animais, a castração não resolve totalmente o problema. Segundo Miriam, o serviço precisa andar em conjunto com ações de conscientização pela posse responsável de animais. “Se a gente castra 90 animais em um bairro, mas dez ficarem na rua, reinicia o ciclo. Para a gente ter posse responsável, a gente precisa que as secretarias desenvolvam ações para educar a população”, alerta.

Conforme Mirian, o Dcan faz ações de conscientização em âmbito municipal, mas há sérias limitações no departamento que interferem na efetividade dos trabalhos. “Nosso poder de fogo é muito pequeno. Nosso alcance é pequeno, não temos pessoal para isso nem recurso. Nós fazemos na raça, mas é muito pouco”.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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