Cerca de 30 toneladas de lixo eletrônico são coletadas mensalmente em JF e região

Aproximadamente 30 toneladas de lixo eletrônico são coletadas por mês em Juiz de Fora e Zona da Mata pela E-ambiental, empresa licenciada para gerenciamento destes resíduos na região. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei 12.305/2010 – prevê que este tipo de material, juntamente com pneus, óleos lubrificantes e lâmpadas fluorescentes, integra um sistema de logística reversa, ou seja, os produtos devem retornar aos fabricantes após serem utilizados pelos consumidores, sendo coletados de forma independente do serviço público de limpeza urbana. Nesta quarta-feira (25), a Tribuna dá continuidade a uma série de reportagens com o objetivo de debater o destino sustentável do lixo em Juiz de Fora.

Para Thiago, falta conhecimento sobre danos do descarte incorreto ( Foto: Olavo Prazeres)

De acordo com informações do Global E-Waste Monitor 2017, último relatório da União Internacional de Telecomunicações da ONU, o Brasil é o sétimo maior produtor de lixo eletrônico no mundo. Quando a abrangência do levantamento é reduzida para a América Latina, o país está em primeiro lugar. De acordo com o sócio-proprietário da E-Ambiental, Thiago Cunha, ainda falta conhecimento da população a respeito dos danos que o descarte incorreto do material causa à natureza. “O lixo eletrônico é composto por muito metal pesado, então, a partir do momento que você joga na natureza, ele acaba retornando para você como contaminante em forma de alimento, água e ar”, explica. “O Brasil conta com a Política de Resíduos Sólidos, que tem algumas diretrizes. Todo fabricante, o governo e as próprias pessoas físicas são responsáveis, hoje, pelo descarte correto de lixo eletrônico, só que isso ainda não acontece. A lei foi criada, mas não existe fiscalização e poucas pessoas cumprem essa legislação no Brasil.”

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Para recolher o lixo eletrônico, a empresa promove campanhas e organiza eventos, como gincanas solidárias. Após triagem do material coletado, aqueles que estão em bom funcionamento são reaproveitados, como o caso de computadores, posteriormente doados para escolas e instituições de caridade, que também auxiliam no recolhimento destes produtos.

Projeto com Ceresp

O lixo eletrônico coletado, que não pode ser reaproveitado – cerca de 95% -, é desmontado por detentos, em um projeto de parceria entre a E-Ambiental e o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp). “Esse resíduo vai para dentro do Ceresp, onde contamos com a mão-de-obra de cerca de oito detentos e conseguimos também fazer a ressocialização deles, ensinando uma profissão. Lá, é separado alumínio, cobre, prata, e todos os componentes que fazem parte da produção do lixo eletrônico, que conseguimos fazer a logística reversa, colocando dentro das indústrias responsáveis pela reciclagem, onde sairão novos produtos”, disse Thiago.

Além do lixo eletrônico, como televisores, computadores e celulares, a empresa coleta pilhas, baterias e lâmpadas, também previstas no sistema de logística reversa. Ao todo, são mais de 30 ecopontos em Juiz de Fora, distribuídos em lojas de celulares, faculdades e outras instituições, como shoppings, igrejas e organizações públicas.

JF conta com lei para descarte de medicamentos

Apesar de não ser prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o descarte sustentável de medicamentos conta com legislação própria em Juiz de Fora. A lei municipal 13.442, de 2016, estabelece que “farmácias, drogarias e farmácias de manipulação, ficam obrigadas a instalar pontos de coleta, em local de fácil visualização, para recolhimento de medicamentos impróprios para o consumo ou com data de validade vencida”.

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da UFJF, Samuel Rodrigues Castro, a ideia pode ser considerada como “uma logística reversa estabelecida pelo município para esse tipo de resíduo”. Segundo ele, o sistema de logística reversa ainda enfrenta grande dificuldade no Brasil, especialmente em relação ao lixo eletrônico. Entretanto, outros materiais contam com boa adesão por parte da população e comerciantes, como no caso de óleo de cozinha, que pode ser descartado em mercados, e mesmo óleos lubrificantes.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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