Clientes relatam prejuízo em casa de câmbio no Centro

Loja está fechada  desde o dia 20, mas bilhete informa que voltará a abrir no dia 2 (Foto: Fernando Priamo)

Clientes da Upper Câmbio Turismo relatam prejuízo em decorrência do não recebimento de moedas estrangeiras compradas na empresa, que está com as portas fechadas desde o dia 20 no Braz Shopping, no Centro de Juiz de Fora. Pelo menos seis ocorrências relacionadas já foram registradas pela Polícia Militar, e todas seguiram para investigação na 7ª Delegacia de Polícia Civil. A assessoria da instituição informou apenas que o caso está sendo apurado pela delegada Camila Miller. O advogado da Upper, Jorge Mattar, admitiu “problema operacional com outra instituição financeira” e garantiu que a empresa está trabalhando para ressarcir os clientes em janeiro. Nesta quinta-feira (26), um aviso na porta da loja dizia que “por motivo de força maior”, as atividades estão suspensas, e o expediente normal será retomado no dia 2.

O primeiro a manifestar insatisfação com a firma foi um administrador de 28 anos. No dia 19, ele acionou a PM, que compareceu ao endereço. O homem contou aos militares que havia depositado R$ 25 mil na conta da operadora para adquirir euros e libras. Como a Upper costumava trabalhar por meio de agendamentos, foi marcada uma data para pagamento das moedas, porém, o prazo não foi cumprido. Insatisfeito, o cliente pediu seu dinheiro de volta, mas o estorno também não aconteceu como combinado. Diante da situação, o homem fez um novo contato com a proprietária, que prometeu o acerto para o dia 19. Naquele dia, entretanto, ela teria devolvido apenas R$ 15 mil, restando uma dívida de R$ 10 mil. Na ocasião do registro, a PM fez contato com uma funcionária. Ela informou aos policiais que a proprietária reside em Petrópolis e havia feito o trato com o cliente pelo telefone.

No último sábado, um professor, 40, compareceu à Base de Segurança Comunitária do Alto dos Passos e contou ter feito um depósito de R$ 4.280 na conta da firma para obter dólares. Ao chegar no dia 20 para buscar o dinheiro, ele encontrou o local fechado. O cliente ainda afirmou ter feito diversas ligações para a responsável, sem sucesso. Posteriormente, foi informado, pelo WhatsApp, que ela entraria em contato três dias depois para fazer a devolução da quantia depositada.

Já na última segunda-feira, um analista de sistemas, 53, relatou à PM ter comprado 2.300 euros no dia 11 e realizado o pagamento de R$ 10.900. No entanto, ao comparecer à Upper no dia 20 para receber a moeda estrangeira, encontrou a loja fechada e não conseguiu contato telefônico. Ele ainda acrescentou já ter feito compra de euros antes no mesmo local sem problemas.

Também na segunda, um aposentado, 67, compareceu a uma Base de Segurança Comunitária da PM e detalhou ter pagado R$ 2 mil, no dia 12, para adquirir 420 euros. Mesmo com o recibo para retirada no dia 20, ele só passou a encontrar a casa de câmbio fechada.

Ainda no começo desta semana, uma arquiteta, 32, registrou ocorrência em Barbacena dizendo ter estado em Juiz de Fora no dia 13 e comprado 2.400 dólares canadenses, que seriam entregues a ela na agência de Barbacena. A cliente não conseguiu receber e fez contato com a proprietária, que teria alegado ter sofrido um assalto.

Por fim, na quarta-feira (25), uma mulher, 39, procurou a PM na Base de Segurança Comunitária do Mariano Procópio e explicou ter feito dois depósitos na conta da Upper para compra de dólares: um no dia 6, no valor de R$ 2.880, e outro no dia 13, de R$ 2.844. Conforme agendamento, ela deveria receber a quantia equivalente na última segunda, mas também foi surpreendida pelas portas fechadas. A vítima acrescentou ter falado por telefone com a responsável, mas a mesma não teria cumprido a promessa de devolver o dinheiro até o dia de Natal.

Viagens marcadas

Além de Juiz de Fora e Barbacena, a Upper Câmbio e Turismo possui lojas em Petrópolis e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, atuando também com terceirizados em outros municípios. Procurado pela Tribuna, o advogado da empresa, Jorge Mattar, afirmou que “houve problema operacional com outra instituição financeira que trabalhava com a loja que originou essa lacuna”: “Estamos equacionando para resolver tudo no mês de janeiro e pagar essas pessoas. O fato de a loja estar fechada não significa que não vai cumprir com a obrigação, muito pelo contrário, os clientes vão receber. Não trabalhamos com a hipótese de não acontecer isso.” O advogado alegou dificuldades para levantar a quantia devida neste final de ano, ocorrendo o atraso. “Mas as pessoas podem ficar tranquilas que vão ser ressarcidas.” Sobre os transtornos causados àqueles que estavam com viagens marcadas, por exemplo, o advogado ponderou: “Não podemos negar que houve aborrecimento. Infelizmente não conseguimos resolver (a tempo)”. Ainda segundo ele, “o problema maior se concentrou em Juiz de Fora”.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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