Cobra é encontrada em ponto de ônibus na Avenida Rio Branco

Animal estava próximo a uma das bases de sustentação da cobertura do ponto de ônibus situado na altura do número 2.256 (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Uma cobra foi flagrada em um ponto de ônibus localizado na Avenida Barão do Rio Branco, na manhã desta terça-feira (27), no Centro de Juiz de Fora. Pessoas que passavam pelo local fizeram um vídeo que mostra a serpente enrolada no chão, próximo a uma das bases de sustentação da cobertura do ponto de ônibus situado na altura do número 2.256. Nas imagens, que circulam em redes sociais, as pessoas que estavam no local alertam para o perigo de um possível bote.

De acordo com o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), o animal pertencia à espécie jararaca, muito comum na região, e o ocorrido teria sido reportado por volta das 10h. A captura do animal peçonhento foi realizada por militares do Grupo Especializado de Radiopatrulhamento (GER), que recolheram a cobra. Posteriormente, o animal foi encaminhado para Companhia de Meio Ambiente da Polícia Militar.

Especialista diz que serpente não era peçonhenta

Apesar de a PM ter indicado tratar-se de uma jararaca, consultado pela Tribuna, o biólogo e pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Henrique Caldeira, disse que, pelas imagens, ele acredita tratar-se de outra espécie, provavelmente, não peçonhenta. “A qualidade das imagens gravadas não é boa, o que dificulta a identificação da cobra. Mas não era uma jararaca, nem mesmo uma cobra peçonhenta. Talvez fosse uma cobra do grupo das muçuranas, que não oferecem nenhum risco a nós”, afirmou o pesquisador.

Ainda de acordo com ele, a cobra encontrada na Avenida Rio Branco pode ter vindo de alguma mata próxima, se locomovido durante a noite e se escondido durante o dia, tendo em vista que este é um comportamento comum entre animais dessa espécie. “Juiz de Fora é uma cidade com muita área verde, como o Parque da Lajinha, o Jardim Botânico e a Reserva Poço D’Anta. Essas áreas abrigam animais, incluindo serpentes, que estavam aqui antes da cidade. Então, na prática, somos nós que invadimos o espaço desses bichos e não o contrário”, ressalta o pesquisador.

Resgate

Ele reforça a importância de entrar em contato com as autoridades responsáveis para realizar um resgate seguro, tanto para a população, quanto para o animal. “As pessoas presentes no local tiveram uma bela atitude de entrar em contato com as autoridades, que recolheram o animal para destiná-lo a um local seguro”, parabeniza.

Projeto visa a contribuir para políticas públicas no resgate de répteis

O biólogo também é coordenador do projeto de divulgação científica “Répteis JF”, que por meio de um perfil no Instagram (@repteis.jf) compartilha informações sobre os répteis de Juiz de Fora.

“A ideia é saber em quais áreas da cidade de Juiz de Fora as pessoas encontram serpentes e de quais tipos. Fazendo esse mapeamento, esperamos contribuir com futuras políticas públicas no município, que ajudem a evitar acidentes, levar conhecimento às pessoas e colaborar com uma convivência mais pacífica entre humanos e esses animais”.

O professor ainda ressalta que qualquer um pode contribuir para o projeto: basta enviar registros desses animais feitos na cidade para o perfil do projeto no Instagram.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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