Com informações, campanhas juiz-foranas buscam prevenir o suicídio

O Setembro Amarelo foi instituído nacionalmente pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A campanha, que existe há seis anos, tem como objetivo prevenir o suicídio, através da divulgação de informações que eduquem a sociedade sobre o tema, que ainda é visto como um tabu ou algo proibido de se abordar.

O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e, em Juiz de Fora, foi instituído, através de lei municipal, como Dia de Conscientização e Prevenção ao Suicídio, passando a fazer parte do calendário de atividades da cidade.

De acordo com as pesquisas da ABP e pelo CFM, 96,8% dos casos de suicídio registrados estão associados ao histórico de doenças mentais, que podem ser tratadas. Dessa forma, é importante direcionar a informação correta à população, buscando orientar para prevenir. Foi pensando nisso que a organização Nenhuma Ideia Vale uma Vida elaborou um guia de “Mitos e Verdades” sobre o suicídio.

A entidade, desde 2017, existe com o propósito de difundir e facilitar o acesso a informações sobre prevenção e a posvenção – suporte e assistência para aqueles impactados por um autoextermínio completo, os sobreviventes e pessoas próximas – do suicídio para o público em geral.

Mitos e Verdades

Falar com alguém sobre suicídio pode aumentar o risco de que esta pessoa venha a cometê-lo?

Muitas vezes escutamos que falar sobre suicídio aumenta o risco, porém, essa afirmativa é falsa. Na realidade, conversar sobre o tema, permitir que uma pessoa expresse seus pensamentos e sentimentos pode ter um papel terapêutico.

Porém é importante ressaltar que “saber falar” sobre o tema é, muitas vezes, mais importante do que “só falar”. Temos que entender que essa abordagem requer muita atenção, cuidado e responsabilidade.

O que fazer quando um conhecido me contar que está pensando em suicídio?

A primeira coisa é acolher a pessoa com empatia e sem críticas. Assim, por exemplo, você pode dizer que entende que, em situações difíceis como a que a pessoa está passando, muitas pessoas podem pensar em acabar com suas próprias vidas. Demonstre empatia, mas também mostre que você está ao lado dela para enfrentar o problema pela qual está passando.

Pode-se também dizer que, embora seja comum que em situações muito difíceis pessoas possam pensar em suicídio, a imensa maioria encontra caminhos melhores para lidar e superar a situação; e que você está ao lado dela para auxiliá-la a superar esta fase. Também é muito útil auxiliar a pessoa a buscar ajuda profissional, como por exemplo, um psiquiatra e/ou um psicólogo, além de outras possíveis fontes de apoio, como familiares, amigos e pessoas ligadas a religião e espiritualidade.

Caso haja um risco iminente de suicídio, trata-se de uma emergência. Deve-se buscar um atendimento médico. Atenção: procure fontes confiáveis para poder se informar sobre o assunto e não hesite em procurar ajuda profissional.

As pessoas que afirmam desejar se matar, querem apenas chamar atenção?

A pessoa que afirma desejar se matar ou que realiza uma tentativa de suicídio pode tanto, de fato, desejar morrer, como também pode ser uma forma inadequada e desesperada de pedir socorro. Muitas vezes, a pessoa se vê frente a muitos problemas e sofrimentos e não sabe como sair desta situação.

O relato do desejo ou a tentativa de suicídio pode ser um modo de expressar esse desespero e uma busca inadequada de ajuda. Ou seja, de qualquer forma, precisa ser ouvida e ajudada. Mas deve-se lembrar que ajudar alguém não é fazer tudo o que uma pessoa quer, mas o sim que é o melhor para ela. Não é adequado ceder e aceitar fazer algo que se julga incorreto porque alguém ameaçou se matar se você não atender a um pedido dela.

Também é importante destacar o fato de que a maior parte dos suicidas expressam sua vontade de atentar contra a própria vida por meio de sinais ou até mesmo falas explícitas. Sendo assim, feita a identificação da ideação suicida é possível prevenir a consumação do ato a partir de intervenções efetivas que visam a proteção do sujeito.

O indivíduo que apresenta sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, encontra-se fora de perigo?

Quando a pessoa apresenta um quadro de melhora em relação à crise que gerou a tentativa de suicídio, é comum supor que ela esteja fora de risco. Porém, este período é de grande vulnerabilidade, merecendo atenção e cuidado. O sentimento de melhora seguido a uma crise é categorizado como um fator de alto risco, considerando que o comportamento passado classifica-se como um preditor do comportamento futuro.

Portanto, deve-se atentar a essa fase por meio de uma escuta acolhedora, estabelecendo um cuidado com possíveis meios de consumar o ato e não deixando que o indivíduo fique sozinho, no intuito de impedir que o descuido e a despreocupação possam resultar em uma atitude fatal.

Onde buscar informações confiáveis sobre suicídio?

Portal Ministério da Saúde (saude.gov.br)
Associação Brasileira de Psiquiatria (abp.org.br)
Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídios (abeps.org.br)
Instituto Vita Alere (vitaalere.com.br)
Centro de Valorização da Vida- CVV (cvv.org.br)
Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS (paho.org/bra/)

 

Fonte: Nenhuma Ideia Vale uma Vida

 

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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