Comércio deixa de funcionar nesta sexta-feira após decreto do Executivo

Movimento de transeuntes no Centro era bastante intenso na manhã desta sexta (Foto: Leonardo Costa)

Um novo decreto da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) restringiu ainda mais o funcionamento do comércio na cidade, e o reflexo já foi sentido na manhã desta sexta-feira (20), um dia após as novas medidas para enfrentamento do avanço do coronavírus. A Tribuna foi às ruas e verificou que, apesar do novo dispositivo, alguns estabelecimentos que não se enquadram nas exceções permaneciam funcionando. Para coibir a atividade de comércio que não seja essencial, fiscais da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur) realizaram fiscalização na região central.

Além da proibição de funcionamento de shoppings e centros comerciais, o novo decreto, publicado nesta quinta-feira (19), atinge o comércio de maneira geral e veda o funcionamento de “galerias, lojas, salões de beleza, barbearias, clínicas de estética”. O documento prevê exceções em alguns casos, visto que poderão funcionar estabelecimentos tidos como essenciais, como farmácias e drogarias; mercados, supermercados, hipermercados, mercearias, lojas de conveniências e de produtos para animais; clínicas de saúde e laboratórios; açougues, peixarias e padarias; clínicas veterinárias; lojas especializadas em produtos de saúde, higiene, materiais de limpeza; postos de gasolina e distribuidores de gás de cozinha; lotéricas e bancos; e funerárias.

Na região central, a reportagem observou estabelecimentos em funcionamento que não se enquadram como essenciais. Algumas óticas localizadas na Rua Halfeld estavam com as portas entreabertas, recebendo clientes. Lojas de roupas também foram flagradas com atividade normal na Avenida Getúlio Vargas. Além da Getúlio, na Rua Batista de Oliveira, muitos comerciantes ambulantes, regulares e irregulares, ainda atuavam.

Movimentação

Assim como observado pela reportagem nesta quinta-feira, o fluxo de pessoas nas ruas centrais permaneceu intenso nesta sexta, mesmo com grande parte do comércio sem estar funcionando e com as orientações de isolamento social recomendadas por profissionais da saúde.

Alguns estabelecimentos classificados como essenciais, como farmácias, bancos e loterias controlavam o fluxo de pessoas para evitar aglomerações. Filas se formavam do lado externo, e muitos idosos, que se enquadram no grupo de risco do coronavírus, ainda foram vistos realizando compras.

Populares se aglomeram em torno de mesas no Parque Halfeld (Foto: Leonardo Costa)

Fiscais atuam para coibir comércio

Na manhã desta sexta, os fiscais de posturas atuaram na região central de Juiz de Fora para coibir o funcionamento de comércio que não seja essencial e também de ambulantes. A ação resultou na apreensão de álcool em gel sem procedência na Rua Halfeld, esquina com Avenida Barão do Rio Branco. Denúncias relacionadas às novas medidas restritivas podem ser feitas por meio do telefone 3690-7507.

A ação dos fiscais nestes estabelecimentos, em um primeiro momento, será em tom de orientação. “Pediremos para que o mesmo seja fechado, com base no decreto. Se o responsável insistir em ficar aberto, vamos contar com o apoio da Polícia Militar. Lembramos que o descumprimento pode acarretar sanções administrativas e penais”, explica a gerente do departamento de Fiscalização, Graciela Marques, por meio da assessoria de imprensa da Semaur.

Em tom de orientação, fiscais da Prefeitura pediram fechamento de alguns comércios no Centro (Foto: Divulgação/Semaur)

Em vídeo publicado em suas redes sociais, o prefeito Antônio Almas (PSDB) destacou a atuação dos fiscais e da Guarda Municipal nas ruas da cidade para efetivar o cumprimento do decreto. O chefe do executivo ainda reforçou o pedido de isolamento social da população. “Essa é a melhor ação para que a gente evite maior dramaticidade na evolução dessa doença. Se tomarmos essa medida agora, como nós, insistentemente, já estamos falando há alguns dias, nós diminuiremos o nível de contaminação das pessoas. Mas se isso não acontecer, muito mais pessoas se contaminarão e vai haver uma falência do nosso sistema de saúde. Precisamos que todos entendam isso: fiquem em casa.”

Vigilância Sanitária

Enquanto estava nas ruas, a Tribuna acompanhou uma operação de equipe do Departamento de Vigilância Sanitária da PJF em uma farmácia localizada na Marechal Floriano Peixoto. A ação ocorreu a partir de uma denúncia de que haveria manipulação de álcool em gel no estabelecimento. “Encontramos material não de manipulação, mas de fracionamento. Compravam galão maior, fracionavam em vasos menores. Além disso, o produto não tinha procedência”, explicou o gerente do departamento, Ivander Mattos Vieira. Devido à inconformidade, o estabelecimento foi interditado.

Fiscais da Vigilância Sanitária apreendem álcool em gel irregular em farmácia do Centro (Foto: Leonardo Costa)

Segundo Ivander, é importante que a população se atente à origem deste tipo de produto. “Apesar da grande escassez, nada adianta adquirir produto que não vai atender à certificação do álcool em gel ou produto sem procedência, que, de repente, pode estar fazendo até mais mal para o consumidor. É preciso procurar o produto em estabelecimentos regulares e evitar compra em camelô.” As denúncias ligadas à Vigilância Sanitária podem ser feitas pelos telefones 3690-7472 e o 3690-8207.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

Pesquisar