Confirmações de Covid-19 seguem aumentando na microrregião de JF

Os casos diários confirmados de Covid-19 continuam a aumentar nos municípios da região. Os destaques são Juiz de Fora e sua microrregião, que concentra a maioria de casos da macrorregião Sudeste de Saúde. Os óbitos por Covid-19 chegaram também a todas as microrregiões que pertenciam a este grupo, exceto a Carangola e a Lima Duarte. No entanto, as mortes se concentram em poucos municípios.

A conclusão consta no terceiro estudo a respeito da disseminação e controle do coronavírus na cidade, do grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19, formado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Conforme os estudiosos, o objetivo é entender a dinâmica da epidemia da Covid-19 na macrorregião de saúde da qual Juiz de Fora é a principal cidade polo, para, desta forma, auxiliar os gestores nos planos de contingenciamento dos recursos de saúde na região. Para isso, foram utilizados dados disponibilizados publicamente em plataforma desenvolvida pelo pesquisador Wesley Cota, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Crescimento maior que em MG e no Brasil

As taxas de crescimento dos casos acumulados são elevadas na maioria das microrregiões analisadas, próximas a Juiz de Fora. Os índices superam as taxas de crescimento de Minas Gerais e do Brasil. “A taxa de crescimento em nossa região está maior que no Brasil porque a doença ainda está chegando nessas comunidades”, explica Isabel Cristina Gonçalves Leite, uma das pesquisadora envolvidas no estudo. De acordo com a professora, o vírus está começando a atingir uma população suscetível, às vezes com medidas de isolamento ainda não adotadas sistematicamente. “O que tínhamos ontem, comparado com o que temos hoje (de isolamento) é menor. Então essa taxa de crescimento aqui observada reflete isso: a chegada da doença no interior e a necessidade das políticas públicas serem adotadas em sentido de conter esse avanço.”

As taxas de crescimento – ou de velocidade – da transmissão são estimadas a partir de um indicador denominado número reprodutivo R que mostra para quantas pessoas cada infectado transmite a doença. “Se o vírus chega a partir de um infectado em uma região onde todas as pessoas são suscetíveis, e nenhuma medida de contenção estava sendo proposta naquele momento, a velocidade de propagação e esse número reprodutivo R é muito alto”, esclarece Isabel. Por isso, a pesquisadora reforça a importância de medidas como o isolamento social e quarentena. “São medidas que tendem a forçar a redução desse número reprodutivo R, ou seja, a quantidade de casos que são causados por um único sujeito infectado.”

Incidência

Segundo a nota técnica do grupo, as taxas de incidência – casos novos confirmados na população ao longo de um período dividido pela população suscetível à doença – e de mortalidade acumuladas dos municípios polo e das microrregiões analisadas, em sua maioria, são superiores à taxa média de Minas Gerais, embora inferiores à taxa média do Brasil. “A taxa de incidência permite comparar países e outros locais, e pode nos mostrar onde a doença está crescendo em maior velocidade. Então, em conjunto com a taxa de crescimento, observamos a formação da curva epidêmica, até um momento de pico, entrando em sua fase de declínio, e isso é influenciado pela quantidade de casos novos”, esclarece Isabel.

Segundo o estudo, os primeiros casos de Covid-19 identificados em Juiz de Fora aconteceram na semana epidemiológica 11 (de 8 a 14 de março). Após esse período, a doença se espalhou e, na semana 21 (de 17 a 23 de maio) todas as microrregiões já apresentavam casos confirmados. Em relação aos óbitos na macrorregião, os primeiros foram de residentes em Juiz de Fora – que ainda é a cidade com maior número de mortes da região.

 

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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