Correção: SES não descarta impedir entrada de pacientes em Minas

*A atualização desta matéria corrige informação publicada anteriormente de que o secretário adjunto de Saúde do Estado de Minas Gerais, Marcelo Cabral, teria descartado a possibilidade de o Estado impedir a entrada de pacientes do Rio em Minas e Juiz de Fora. Na verdade, Cabral afirmou que, por ora, não haverá intervenção, mas que o Governo de Minas não descarta a possibilidade de tomar providências, caso o fluxo de pacientes impacte o sistema de saúde de cidades mineiras.

Secretário adjunto de Saúde do Estado, Marcelo Cabral concedeu entrevista coletiva à imprensa via transmissão on-line (Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (30), o secretário adjunto de saúde do estado de Minas Gerais, Marcelo Cabral, afirmou que, por ora, não há interesse do Governo de Minas em impedir o fluxo de pacientes com suspeita de coronavírus do Rio de Janeiro para Juiz de Fora. Segundo Cabral, o número de fluminenses que ingressaram no estado ainda não é significativo a ponto de causar grande impacto no sistema de saúde. No entanto, ele pontuou que o Governo não descarta a possibilidade de intervir, caso este fluxo cause impactos na rede de saúde em cidades fronteiriças próximas às fronteiras como Juiz de Fora, por exemplo. “Tratando-se de um sistema único e sendo um número pouco significativo, não é a nossa intenção impedir que as pessoas cheguem até nós. O que não quer dizer que nós não tomaremos providências para impedir o impacto em Juiz de Fora”.

Pelo menos quatro pacientes vindos do estado do Rio de Janeiro com suspeita de coronavírus foram atendidos no HPS, sendo que três deles permanecem internados, segundo reportagem publicada pela Tribuna na noite de terça-feira (28). O secretário adjunto confirmou que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) está estudando a situação e já fez contatos com o Ministério da Saúde e com o Governo do Rio de Janeiro. “Essa situação não está fora da nossa atenção. Pretendemos conversar com outros atores para que, se for o caso, tenham medidas de compensação ou alguma atitude que faça com que os municípios fronteiriços com São Paulo e Rio de Janeiro possam ter medidas que diminuam o impacto desses pacientes”, afirma.

Segundo balanço da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), divulgado na última quarta-feira (29), 74% dos leitos de UTI vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão ocupados, o correspondente a 94 dos 127 existentes. O Ministério Público propôs ampliação dos leitos no município, enquanto a Câmara Municipal aborda a possibilidade da instalação de barreiras sanitárias.

Minas Consciente entra em vigor

O Programa Minas Consciente, que institui o protocolo de reabertura gradual do comércio em Minas Gerais, entrou em vigor nesta quinta-feira com a Deliberação do Comitê Extraordinário Covid-19 nº 39, na edição desta quinta-feira do Diário Oficial. A partir da publicação, as cidades mineiras poderão adotar os procedimentos através de decreto municipal e adequar a flexibilização tendo em vista sua própria realidade.

Questionado sobre os impactos já sentidos nas medidas de relaxamento do fechamento do comércio anunciadas por alguns municípios, o secretário adjunto afirmou que ainda não foram notadas alterações sensíveis nos dados estaduais. “Nós vemos que os números vêm se mantendo de acordo com as medidas que nós temos adotado. O que não quer dizer que nós não tenhamos que tomar os cuidados necessários”, pondera. A SES também destacou que, no atual momento, a tendência é de aumento dos números de infectados e de vítimas.

Capacidade de testagem

Conforme o secretário, 11.606 testes realizados em laboratórios da rede pública já tiveram os resultados divulgados, enquanto 1.268 ainda aguardam o resultado laboratorial. Os testes feitos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), que recebe o maior contingente, são respondidos em 48 horas, segundo a SES. As testagens feitas em laboratórios particulares não entram na contabilização do estado.

Apesar de não haver testes para todo o contingente de casos suspeitos, que já ultrapassaram os 80 mil, o secretário voltou a defender o Programa Minas Consciente. “Não consideramos algo feito de maneira errada ou descabida, fizemos (o programa) baseado em evidências científicas e técnicas, e a nossa equipe está trabalhando esses dados”, afirma.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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