Covid-19: boletim da UFJF aponta crescimento da transmissão e do número de óbitos

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) divulgou, nesta quinta-feira (17), a décima edição do Boletim Informativo Covid-19 da Plataforma JF Salvando Todos. O documento mostra crescimento no número de casos desde a semana passada e de vidas perdidas nas últimas três semanas em Juiz de Fora. Nesta edição, o estudo também apontou para queda na adesão ao isolamento social, com base em taxas de mobilidade social obtidas a partir de dados do Google Mobility.

A plataforma disponibilizada pela empresa de tecnologia permite o estudo do percentual de pessoas que estão permanecendo em casa ou se movimentando para os seus locais de trabalho, comércio e áreas de recreação. Tendo como referência de comparação o período de 3 de janeiro a 6 de fevereiro de 2020, o boletim estima que, no dia 11 de setembro, houve percentual 10% maior de pessoas ficando em casa em relação ao período pré-pandêmico. Esse percentual era de 12% maior, duas semanas antes, no dia 29 de agosto. Essa é considerada uma evidência da queda na adesão ao isolamento social no município.

A ida aos locais de trabalho ainda continua menos frequente do que antes da pandemia, com redução de 13%. Essa redução era de 14% no dia 29 de agosto. Já as saídas para atividades de recreação agora está 8% abaixo ante o período de referência. A redução era de 23% no final de agosto. Cresce cada vez mais o número de pessoas saindo de casa para atividades de lazer. “O isolamento e o distanciamento social, bem como o uso de máscaras, continuam sendo as principais formas de nos prevenirmos e evitarmos o contágio. Os dados de mobilidade social indicam que as pessoas estão se movimentando e saindo mais de casa. Assim, há uma probabilidade de estarem interagindo mais socialmente com outras pessoas e assim se expondo mais”, esclarece Marcel Vieira, um dos pesquisadores envolvidos na produção do documento.

O boletim destaca que, a partir da análise dos vários indicadores, percebe-se uma clara redução na adesão do isolamento social por parte da população em Juiz de Fora, ao mesmo tempo em que os números de casos e, sobretudo, de vidas perdidas aumentaram.

Pandemia em JF evolui na contramão de outras regiões do Brasil

No dia 1º de setembro, Juiz de Fora tinha 4.873 casos confirmados e registrava 162 vidas perdidas de acordo com dados da Prefeitura. Estes números evoluíram para 5.371 casos confirmados e 187 vidas perdidas no dia 15 de setembro. Em catorze dias, houve aumento de 10,2% e 15,4%, respectivamente. Na 37ª semana epidemiológica (6 a 12 de setembro), ainda segundo a UFJF, Juiz de Fora teve 240 novos casos confirmados (aumento de 18,2% em relação à semana anterior) e onze registros de vidas perdidas (aumento de 22,2% em relação à semana anterior e terceira semana seguida com aumento).

A análise dos números de casos e vidas perdidas ao longo das três últimas semanas epidemiológicas confirma que Juiz de Fora ainda não atende a dois importantes critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), diz o estudo.

O Número de Reprodução Efetivo (Rt), indicador que mostra para quantas pessoas cada infectado transmite a doença, estimado tanto para Juiz de Fora quanto para a Zona da Mata, oscilou entre os dias 1º e 15 de setembro. Em Juiz de Fora, neste período, o Rt apresentou valor máximo de 1,39, no dia 15 de setembro, e um valor mínimo de 0,57, no dia 6 de setembro. “Valores do Rt acima de 1 indicam que a doença ainda está em expansão no município, indicando que cada pessoa contaminada está transmitindo a doença para mais do que uma outra pessoa em média”, explica Vieira.

De acordo com a OMS, uma das condições para que a pandemia esteja sob controle é de que os valores do Rt sejam menores que 1 persistentemente por pelo menos duas semanas. Tanto em Juiz de Fora quanto na Zona da Mata esta condição não foi verificada, assegura o boletim.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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