Delegado busca instrumento usado em agressão contra motorista de aplicativo

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada em Homicídios, busca descobrir o paradeiro do instrumento utilizado para esfaquear o motorista de transporte por aplicativo, de 43 anos, ferido no último sábado (3), depois de um desentendimento entre ele e três passageiros. O inquérito também quer determinar se as duas irmãs, de 32 e 28 anos, que eram transportadas pela vítima, facilitaram de alguma forma para que o marido de uma delas consumasse a agressão contra o motorista.

Durante coletiva à imprensa nesta quinta-feira (8), o delegado Rodrigo Rolli, responsável pela investigação, apresentou novas informações sobre o caso, posto que as duas irmãs envolvidas na ocorrência e mais duas testemunhas prestaram depoimentos. O delegado também teve acesso a imagens coletadas de sistemas de segurança, na Rua Espírito Santo, no Centro, onde a violência aconteceu, que mostram a dinâmica dos fatos. Conforme ele, as duas testemunhas ouvidas são um motorista que trafegava pela via e um porteiro de um prédio próximo ao local. “O depoimento mais importante foi de o motorista de um veículo que descia a Rua Espírito Santo que não conseguiu seguir na via, porque o veículo do motorista havia interditado a pista. A testemunha parou seu carro e conseguiu visualizar o evento criminoso.”

Segundo Rolli, um dos depoimentos mais importantes foi o de um motorista que trafegava pela via na hora do crime (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Ainda segundo Rolli, as informações coletadas foram elucidativas porque, em um primeiro momento, havia dúvida sobre o exato local onde a agressão teria ocorrido contra o motorista. “Havia dúvida se tinha acontecido logo depois de o motorista descer do veículo com uma barra de ferro em direção ao suspeito preso ou se aconteceu depois, quando uma das passageiras sai, atravessa a rua e permanece parada por poucos segundos e aparece a outra investigada indo em direção ao motorista, levando-o para o interior do carro. Há movimentos bruscos no caminhar dessa mulher, que nos levavam a crer em uma possível agressão por parte dela contra a vítima. Mas essa dúvida foi sanada, porque a testemunha nos informou que, no momento em que o motorista saiu do carro com a barra de ferro e começa a brigar com o suspeito preso, o condutor atravessou a rua já ensanguentado, antes de a mulher voltar com ele para o carro”, explicou Rolli.

O delegado ressaltou que outro ponto a ser esclarecido na investigação diz respeito à não localização do instrumento utilizado para ferir a vítima, que pode ter sido uma faca, um canivete ou outro objeto cortante. “O suspeito confessou a agressão, durante seu depoimento no plantão do flagrante, mas ele não foi indagado sobre o destino desse instrumento e queremos saber o paradeiro dele e por que esse instrumento estava na posse de um dos passageiros”, disse. Rolli também informou que a investigação busca esclarecer, inicialmente, um crime de tentativa de homicídio qualificado em razão de uma discussão banal em dois momentos distintos dentro veículo: “pela negativa do uso da máscara por uma das ocupantes e depois por motivo do uso ou não do ar-condicionado. O motorista foi questionado pelo suspeito de agressão sobre a negativa e teria respondido que seria por recomendação de prevenção da Covid-19, acontecendo assim o estopim para a agressão”.

Motorista teria descido do veículo com uma barra de ferro em direção (Foto: Polícia Civil)

Próximas etapas

Rolli adiantou que o flagrante tem seu prazo vencido na próxima terça-feira (13) e será remetido à Justiça, mas as investigações irão prosseguir para melhor apuração dos fatos. “Agora esperamos pelo prontuário médico do HPS, para saber sobre as profundidades das lesões sofridas pelo motorista. Foi excluída do inquérito a realização de um exame no veículo, já que não houve agressões físicas no seu interior, apenas agressões verbais. Caso seja necessário, será realizado novo depoimento do suspeito, inclusive, se ele desejar esclarecer os fatos da melhor maneira, apresentando uma versão mais minuciosa do que a apresentada no flagrante”.

O suspeito, de 31 anos, que foi preso depois do flagrante, conforme Rolli, é marido de uma das investigadas. Ele e a esposa atuam como vigilantes em Juiz de Fora e, na noite da agressão, estavam se dirigindo para a comemoração de aniversário de uma criança de 9 anos. As duas irmãs investigadas depois de prestarem depoimentos no flagrante foram liberadas.

Quadro grave

Nesta quinta-feira (8), a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora informou que o motorista esfaqueado permanecia internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), onde mantém quadro grave e estável.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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