Dicas de jogos on-line para se divertir na quarentena

O mundo dos games já está sendo afetado pelo isolamento social que atinge um terço da população mundial. Nos últimos dias, a prática não só aumentou, como também ganhou novos adeptos, que buscam não só manter o contato com amigos de uma forma lúdica, como também distrair a mente, afastando-se um pouco das notícias e receios em torno da Covid-19.

O designer gráfico Emanuel Andrade afirma que joga on-line na quarentena tem um novo significado (Foto: Victor Hugo Araujo)

Acostumado a jogar on-line em grupo, o designer gráfico e programador Emanuel Andrade tem sentido atualmente ainda mais necessidade de ter estes momentos. Para ele, o isolamento social deu inclusive um novo significado ao poder que a internet tem de aproximar as pessoas, e os jogos são apenas um dos meios para fazê-lo. Além de compartilhar com os amigos um mesmo game, aplicativos de chamada de voz e de vídeo ajudam a complementar a experiência.

“Mesmo já estando meio acostumado com a ideia, fazer isso na quarentena recebeu um novo significado. Em parte por englobar pessoas que não estavam acostumadas a conversar por essas chamadas e em parte por possibilitar dar uma renovada nos ânimos para continuar firme. Dependendo do jogo, é possível manter apenas o áudio, com todos focados no que estão fazendo, conversando e ajudando até mesmo em criação de estratégias, caso seja necessário. Para ter algo ainda mais descontraído, manter o vídeo ligado enquanto joga pode ser uma boa ideia para ver a reação das pessoas ao que está acontecendo e ter uma experiência mais próxima da vida real”, observa o jovem de 22 anos.

Existem diversos jogos on-line gratuitos que possibilitam esse tipo de contato. Um deles é o Gartic.io, que tem a dinâmica de desenhar e adivinhar, e o Stopots, uma adedanha virtual. “Esses e outros similares não necessitam de computadores muito potentes para jogar. Existem alternativas que talvez precisem de uma máquina mais potente, apesar de gratuitos, como League of Legends, Dota e Counter Strike. E sem ser esquecer do bom e velho RPG: o site Roll20 (em inglês) e o programa de computador e celular RRRPG Firecast (em português) funcionam como redes sociais em que você pode encontrar mesas de pessoas desconhecidas e participar”, indica.

(Foto: Reprodução)

‘Ficar sem RPG não dá’

Falando em RPG, jogadores e mestres adeptos fervorosos do jogo de mesa estão tendo que mudar seus hábitos e se adequar ao mundo virtual para manter os personagens ativos. Luís Filipe Fontes, 29 anos, é mestre de RPG desde jovem e produz com um grupo de amigos, inclusive, o canal no Youtube “Mestres de Masmorra”. Lá, eles compartilham com mais de 1,3 mil inscritos dicas de como jogar e narrar melhor, Contos do Bardo e outros quadros. O mais inédito é a transmissão da mesa “As crônicas de Soros”, um mundo fictício criado pelo próprio Luís Filipe. Ele, porém, não aderiu ao RPG virtual sem resistência.

Luís Filipe Fontes é mestre de RPG e produz com um grupo de amigos o canal no Youtube “Mestres de Masmorra” (Foto: Lucas Vieira)

“Sou da velha guarda do RPG, então gosto muito da mesa presencial, sempre tive uma resistência em jogar por videochamadas. Mas por conta dessa etapa que estamos vivendo, ficar sem RPG não dá, e começamos a nos render à mesa online”, conta. Além da demora de transmitir e receber informações via internet, o famoso delay, que afeta o ritmo do jogo, essa virtualidade não permite a mesma imersão da narração presencial. Porém, há também algumas vantagens.

“As mesas on-line são facilitadas com o uso de softwares para montar a campanha, mapas, fichas dos personagens e dados virtuais, como o Roll20. Também dá para reunir muitas pessoas usando aplicativos tradicionais de videochamada”, observa o mestre, que joga atualmente em cinco mesas por semana, já que, com o isolamento, foi possível economizar tempo de deslocamento e ficou mais fácil combinar os horários dos jogos.

Para participar de alguma mesa do grupo, é possível solicitar acesso através de contato pelo Instagram (@mestresdemasmorra). O grupo de mestres profissionais “Covil” (@covildosmestres), do qual Luís Filipe também faz parte, está com serviço online de narração de longas campanhas.

(Foto: Reprodução)

Jogos para mobile sofrem modificações com a pandemia

Por conta do isolamento social, o jogo para celular Pokémon Go teve suas regras alteradas para se adaptar à nova condição dos jogadores, que não podem mais sair de casa à procura dos bichos. A quantidade de monstrinhos foi aumentada, e um conjunto de 30 incensos passou a ser ofertado pelo preço de uma moeda virtual, podendo ficar ativo por até uma hora. Já as poképaradas darão caixas de presente com mais frequência e contendo mais itens. Até a distância necessária para chocar os ovos de Pokémon foi reduzida pela metade.

Segundo publicado pela Agência Brasil, o faturamento da Niantic com o jogo tem crescido durante a pandemia, com um gasto de US$ 23 milhões pelos jogadores, na semana do dia 16, um aumento de 66,7% em relação à semana anterior. Os dados são do instituto de pesquisa Sensor Tower. Outros jogos da marca, como Harry Potter: Wizards Unite e Ingress Portals, também têm sido incentivados e a concorrência implementou a mesma estratégia em jogos como Minecraft Earth. Até a marca King chegou a liberar, temporariamente, vidas gratuitas e ilimitadas para sete jogos que compõem a saga Candy Crush, como fruto de uma parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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