Em carreata, donos de bares e restaurantes pedem reabertura dos estabelecimentos

Foto: Fernando Priamo

Dezenas de pessoas participam, na tarde desta terça-feira (11), de protesto contra a decisão da Prefeitura de Juiz de Fora de não permitir o consumo interno em bares da cidade. O grupo aguarda o prefeito para entregar um manifesto ao prefeito Antônio Almas, solicitando que estes estabelecimentos possam voltar a funcionar em horário amplo de forma consciente e respeitando todos os protocolos de combate ao coronavírus. Está agendada para as 18h uma reunião do Comitê Municipal para discutir a pauta e, do encontro, pode sair um posicionamento favorável aos empresários do setor, uma vez que a cidade já integra a nova onda amarela do programa estadual Minas Consciente.

Os motoristas começaram a se reunir no Bairro Cruzeiro do Sul, na Zona Sul de Juiz de Fora, por volta das 15h. Cerca de uma hora depois, eles saíram em carreata em direção ao prédio da Prefeitura, na Avenida Brasil, onde chegaram por volta das 16h30 e ocuparam as duas faixas da avenida. Como forma de protestar, alguns batem panelas, enquanto outros buzinam do interior de seus veículos. Alguns motoristas também estão munidos de cartazes com os dizeres “Contra a covardia da PJF”. Até por volta das 17h, com gritos de “Almas, cadê você?”, os manifestantes seguiam no aguardo do chefe do Executivo.

Até por volta das 17h, manifestantes aguardavam para falar com o prefeito Antônio Almas na Avenida Brasil (Foto: Fernando Priamo)

Proprietário do Espaço Café Central, Hugo Rezende Frade, é um dos participantes. Ele relatou à Tribuna ter perdido 70% do faturamento mensal desde o início da pandemia. Depois de demitir 12 dos seus 21 funcionários, ele teme pelo futuro de seu empreendimento. Há alguns meses sem cumprir com os impostos governamentais, e, neste período, tendo recorrido por duas vezes a empréstimos, o empresário trabalha com perdas sucessivas. “São cinco meses de prejuízo. Tirei meu filho da escola porque tanto eu quanto minha esposa tiramos nossa renda de lá (do estabelecimento). Estávamos preparados com todos os protocolos desde o anúncio da abertura das lojas de vestuário e etc, no entanto, não aconteceu (a reabertura), e seguimos com medo”, declarou.

Também obrigado a demitir três funcionários, José Henrique está tentando trabalhar com delivery, mas, segundo ele, “nem de longe se equipara ao movimento de porta aberta”. Proprietário da pizzaria Tarantella, ele relatou nunca antes ter visto um cenário tão devastador. “A pizzaria existe desde 1987, quando eu ainda era funcionário. Há 15 anos eu comprei o empreendimento, que hoje funciona no limite, com medo de fechar as portas. Antes eu tinha perspectiva de contratar mais dois funcionários, e vejo essa realidade longe de se concretizar. ”

Dono de um dos mais tradicionais bares de Juiz de Fora, o Bar Dias, o empresário Francisco de Paula Alves participa do movimento e acredita que a  reunião prevista para o início da noite de hoje, poderá ter seu estabelecimento em pleno funcionamento, respeitando todas as regras impostas pelo Poder Público. “Se conseguíssemos funcionar até meia-noite seria o ideal. Evitaria aglomeração e daria para sobrevivermos”, declarou. A opinião é compartilhada por Tânia Moreira, representante do Bar do Abílio, localizado no Centro de Juiz de Fora. “O horário principal dos bares é à noite. Adotamos afastamento de mesas, disponibilizamos álcool em gel, mas logo houve regressão de funcionamento, e estamos esperando um posicionamento da Prefeitura e do Comitê”, pontuou.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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