Especialista orienta sobre hábitos de higiene e etiqueta respiratória

Com a crescente preocupação em relação à incidência de coronavírus em Minas Gerais, cresce também a necessidade de adotar hábitos de higiene e a chamada etiqueta respiratória para evitar a contaminação pela doença. Em entrevista à Tribuna, o infectologista e chefe do setor de Gestão da Qualidade e Vigilância em Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF), Rodrigo Daniel de Souza, é categórico em relação à importância das ações preventivas. “As medidas (de etiqueta respiratória) ajudam a proteger as outras pessoas, não só do coronavírus, mas do vírus da gripe e do resfriado. Deveriam ser sempre tomadas”, considera.

O infectologista explica que o risco de transmissão do coronavírus é maior em pessoas que têm contato próximo. “O vírus não fica flutuando no ar, ele tem um raio de ação de no máximo dois metros, geralmente de cerca de metro. Então as pessoas que ficam mais próximas, em um contato mais íntimo, têm um risco aumentado (de infecção). Além disso, pode haver transmissão por meio de objetos contaminados. Se uma pessoa infectada espirra na mão, por exemplo, todo local em que ela encostar a mão ficará contaminado”. Daí a importância da higiene das mãos e o cuidado de não se levar a mão à boca, aos olhos e ao nariz.

“A mão deve ser higienizada com água e sabão ou álcool em gel. Na maioria das vezes, não faz diferença o uso de um ou outro. Mas quando as mãos estão visivelmente sujas, precisam ser lavadas. Do contrário, o álcool só irá espalhar a sujeira”, explica. Conforme Rodrigo Daniel, para ficarem limpas e reduzir a contaminação, as mãos devem ser esfregadas e lavadas por, pelo menos, 20 segundos. “As pessoas devem lavar as palmas da mãos, entre os dedos, esfregar um dorso no outro. Isso deve ser feito pela população em geral, porque vai reduzir bastante o risco de transmissão. Para profissionais da saúde, o tempo é maior”.

Com relação à parte respiratória, o médico alerta que não há muito como a pessoa se proteger. O cuidado deve ser de quem está sintomático. “É importante que quem está doente siga a chamada etiqueta respiratória: nunca tossir nas suas mãos, usar lenço ou tossir no cotovelo flexionado, de modo que não contamine as mãos.”

Prevenção

Outras medidas

– Reduzir o contato social, evitando locais fechados e com aglomeração de pessoas, principalmente idosos, doentes crônicos e imunossuprimidos
– Evitar o contato físico como aperto de mãos, abraços e beijos
– Evitar, suspender ou adiar viagens para locais com casos da doença
– Evitar o compartilhamento de objetos, dormitórios, alimentos e bebidas
– Afastar das atividades laborais pessoas que estejam regressando do exterior por um período de sete dias
– Ofertar desinfetantes de mãos nos estabelecimentos com circulação de pessoas
– Realizar a limpeza e a desinfecção de objetos e superfícies que sejam tocados com frequência, utilizando água, sabão e álcool 70%
– Manter os ambientes abertos e arejados
– Manter uma distância social de, no mínimo, dois metros
– Suspender ou adiar eventos ou atividades que tenham público superior a cem pessoas
– Optar por eventos com transmissão virtual ou em locais abertos

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG)

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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