Estudante da UFJF lança projeto de conscientização sobre doença celíaca

Kethleen Formigon descobriu ser portadora de doença celíaca com apenas seis meses de idade (Foto: Arquivo Pessoal)

Com apenas seis meses de idade, a rotina de Kethleen Formigon, portadora de doença celíaca, consistia em idas constantes a hospitais e pouco conhecimento sobre seu real estado de saúde. A falta de informação sobre a enfermidade causou atraso na descoberta da sua aversão ao glúten e agravamento do quadro clínico. A experiência pessoal da estudante do Curso Rádio, TV e Internet da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no entanto, gerou inspiração para a criação do projeto “Não Contém Glúten”, rede de conscientização e informação sobre a doença que acomete a cerca de dois milhões de brasileiros.

O projeto é trabalhado de maneira multiplataforma, com a produção e divulgação de conteúdos através de vídeos, podcast e textos. Pelas mais diversas telas, os portadores de doença celíaca podem encontrar materiais no Youtube, Spotify e no Instagram, além de site próprio naocontemglutendoc.com criado pela estudante e idealizadora do projeto.

Em tempos de desinformação flutuando descontroladamente pelas redes, o “Não Contém Glúten” se utiliza das mesmas ferramentas para divulgar conteúdo confiável feito pela e para a comunidade celíaca, além de desmistificar fatos relacionados à doença. Nas variadas plataformas, há relatos pessoais, informações sobre aliados na convivência com a doença e indicação de alimentos livres de glúten, entre outros materiais. As plataformas são abertas para participação do público, que podem entrar em contato com Kethleen pelo e-mail: [email protected].

“Eu não tive orientação médica correta, como vários celíacos, e não achava as informações quando procurava. Assim, o ‘Não Contém Glúten’ se tornou um projeto multiplataforma. A iniciativa foi pensada para informar e dar espaço para a comunidade celíaca”, explica a autora, que contou a sua história em reportagem da Tribuna sobre o documentário também nomeado “Não Contém Glúten”, que ganhou reconhecimento com exibições em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Campinas (SC), entre 2019 e o início de 2020.

‘Espero que mude a vida das pessoas’

A doença celíaca afeta cerca de dois milhões de brasileiros, segundo estimativa da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra). A maior parte dessas pessoas, no entanto, não teve o diagnóstico. O desconhecimento sobre a enfermidade e a consequente manutenção da ingestão de alimentos com glúten, segundo estudos, causa um processo inflamatório grave no intestino delgado impedindo a absorção de vitaminas e nutrientes.

A idealizadora do “Não Contém Glúten” Kethleen Formigon sentiu na pele a força da informação. Com diagnóstico e orientações corretas, os celíacos ganham qualidade de vida, afinal, a doença não afeta apenas a alimentação. “(A doença) mexe no social, no psicológico e nas relações das pessoas. Se eu tivesse acesso a um canal de informação como este quando era mais jovem, teria ajudado muito. Espero que o projeto mude a vida das pessoas dessa forma, que ajude a não passar por esses problemas e a descobrir mais rapidamente pelo que elas estão passando”, reflete a autora.

Rede de informação, rede de contribuição

Estudante com formação em curso na Faculdade de Comunicação da UFJF, Kethleen contou com o apoio de amigos e colegas de curso na produção dos diversos conteúdos publicados até aqui, desde o documentário. Para expandir o projeto, que é divulgado gratuitamente em todas as plataformas, ela mantém área específica no site para apoiadores, com o intuito de conseguir financiar os custos operacionais. “Somos estudantes, alguns já formados, que me ajudaram e, agora, precisamos manter (a produção de conteúdo). Essa contribuição vai colaborar para que a gente produza mais material e publique mais vezes”, projeta Kethleen.

Pessoas interessadas em participar da rede de contribuição, com doações ou patrocínio, podem entrar em contato pelo e-mail ou pelos canais de comunicação do “Não Contém Glúten”.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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