Estudante que levou aparelho diabético para escola será ouvida pela Polícia Civil

Segundo delegada Ione, oito pessoas já foram ouvidas (Foto: Marcos Araújo)

Oito pessoas já foram ouvidas pela Polícia Civil no inquérito que apura o caso do compartilhamento de agulhas por mais de 80 pessoas durante teste de glicemia na feira de ciências, realizada no último sábado (24), na Escola Municipal Arllete Bastos de Magalhães, no Bairro Parque Independência, Zona Nordeste. De acordo com a titular da 4ª Delegacia, Ione Barbosa, com os depoimentos colhidos, a polícia obteve a informação de que, já na quarta-feira, antes da realização da feira, a estudante diabética teria levado o mesmo aparelho usado na sábado para a sala, quando alguns alunos já teriam realizado o teste sem a troca de agulhas, o que ainda será apurado. A estudante deverá ser ouvida, na manhã desta sexta-feira (29). “É preciso saber se ela foi convidada a levar esse material, se levou espontaneamente, se houve troca ou não de agulhas, se foi orientada dessa forma ou não. Há ainda muitos elementos para se chegar a essa responsabilidade”, ressaltou a policial.

Nesta quinta-feira (28), a delegada Ione Barbosa afirmou que a diretora do colégio, durante suas explicações na delegacia, relatou que só tomou conhecimento dos fatos durante a feira de ciências, e que ela já havia alertado aos estudantes sobre os cuidados com a atividade e sobre a importância da troca das agulhas. Ione esclareceu que a abertura do inquérito foi motivada pelo recebimento dos boletins de ocorrência sobre o episódio e ainda a pedido de duas mães que estiveram na unidade policial, solicitando providências.

Inicialmente, está sendo investigado o crime previsto no artigo 132 do Código Penal, que é expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente, com prisão de pena de detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. “Entendemos que houve perigo para a saúde das pessoas que estiveram no local, levando-se em consideração que o evento foi aberto ao público, e também o perigo para a vida dessas pessoas, já que essas agulhas podem não ter sido trocadas, expondo as pessoas a riscos. Esse é um crime subsidiário que, depois com as provas, pode resultar em lesão corporal”, explicou a delegada, lembrando que, até o momento, não há confirmação de pessoas contaminadas.

Ainda conforme Ione, a responsabilidade sobre a ocorrência pode ser entendida como do professor ou da direção da escola, mas só a conclusão do inquérito poderá apontar. Sobre a estudante que levou o material para a sala de aula e, posteriormente, para a feira, a policial disse que o papel dela, dentro do caso, está sendo traçado. Acerca do episódio, a Prefeitura criou um comitê de crise para lidar com a situação e informou sobre a formalização de uma sindicância para apurar as circunstâncias do uso comum de agulhas e as possíveis responsabilidades do fato, ocorrido em instituição de ensino municipal.

Na última terça, 84 pessoas que haviam aferido o nível de glicose no sangue, durante o evento, compareceram ao HPS e ao Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), em busca do coquetel de medicamentos indicado como medida de Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP). Conforme a Prefeitura, todas as 84 pessoas identificadas fizeram o teste viral antes de receberem os remédios, e todos os exames deram negativo. Outras análises de sangue serão realizadas ao fim do tratamento de quatro semanas e repetidas daqui a três meses.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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