O Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf) anunciou paralisação dos trabalhadores do Banco do Brasil na próxima sexta-feira (29). O movimento dos bancários é mobilizado a nível nacional, atingindo também as agências em Juiz de Fora, e acontece em função da estratégia de reestruturação anunciada pela instituição no último dia 11, que prevê o desligamento de cinco mil funcionários.
O Banco do Brasil aprovou a reorganização sob a justificativa de ganhos de eficiência operacional, prevendo a desativação de 361 unidades (112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento). Analistas avaliaram positivamente as mudanças anunciadas pela instituição bancária, enquanto movimentos sindicais indicam que seriam movimentos prévios à privatização do banco.
O Sintraf afirmou que “luta contra essa estratégia da direção do banco” porque “não houve diálogo com a categoria”. Ainda segundo o movimento sindical, o Plano de Demissão Voluntária (PDV) “não deixa muita opção para aqueles funcionários que se enquadram nele”.
Em conversa com a reportagem, o presidente do Sintraf, Watoira Antônio de Oliveira, afirmou que, no ano passado, o BB havia garantido que conversaria com a categoria antes da realização de qualquer mudança. No entanto, segundo o líder sindical, o diálogo não aconteceu. “O Banco do Brasil está implementando um pacote de maldades, prejudicando quase todos os funcionários.”
O presidente afirmou que o BB vai reduzir em 30% o salário dos caixas, além de criar a prerrogativa de transferir os funcionários compulsoriamente para outras cidades. “Nós estamos indignados com isso, e vamos mostrar para o Banco do Brasil que nós queremos respeito”, complementa. O movimento de sexta-feira foi aprovado por ampla maioria em assembleia realizada nessa segunda, de acordo com o sindicato.
Questionado pela Tribuna sobre a paralisação dos funcionários e seus impactos, o Banco do Brasil não emitiu posicionamento sobre o assunto. Entretanto, voltou a pontuar sobre os programas de incentivo ao desligamento como parte das ações para mitigar os efeitos da reestruturação. De acordo com o banco, o Programa de Adequação de Quadros (PAQ) tem o objetivo de solucionar os excessos no quadro e, portanto, tem seu público limitado a este contingente. Além da opção de desligamento, o PAQ também incentiva movimentações laterais para unidades onde existam vagas. Já o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE) abrange todos os funcionários do banco que atenderem aos pré-requisitos, sendo específico para o incentivo ao desligamento.
“Em ambos os programas, a adesão é voluntária e de caráter pessoal. Os incentivos variam de acordo com as condições estabelecidas por cada programa e pelas condições de cada funcionário. A estimativa do BB, com base na experiência de iniciativas semelhantes já realizadas, é que os dois programas contem com adesões totais de cerca de cinco mil funcionários”, descreve a nota divulgada.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
