Gado abandonado sofre maus-tratos na área do complexo prisional de JF

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Os animais encontram-se em situação de maus-tratos, desnutrição e risco de se envolverem em acidentes

Cerca de 60 cabeças de gado, utilizadas no complexo prisional de Juiz de Fora para produção de laticínios em projeto de ressocialização de presos, estão abandonadas. Os animais encontram-se em situação de maus-tratos, desnutrição e risco de se envolverem em acidentes. Do total, dois já teriam morrido. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) irá apurar a responsabilidade sobre a situação.

De acordo com um agente penitenciário, que preferiu não ter seu nome divulgado, os bichos estão sob a tutela do Governo de Minas Gerais, uma vez que foram apadrinhados pelo Estado há alguns anos. O gado integra um projeto de produção de leite, queijo e doce de leite com o emprego do trabalho de prisioneiros e de agentes penitenciários na Penitenciária Edson Cavalieri, no Bairro Linhares, Zona Leste. A iniciativa também se estendia à comunidade, abrangendo crianças e alunos de curso de veterinária. Todavia, com o início da pandemia provocada pela Covid-19, a produção foi forçada a paralisar, deixando o projeto sem recursos.

“A manutenção desses animais vinha dos recursos adquiridos com a própria produção, para pagar a alimentação e medicamentos. Com o início da pandemia, o projeto teve que ser paralisado. Assim, os animais ficaram abandonados por falta de verba. Para sanar o problema, houve tentativa de fazer a doação deles. Apareceu uma pessoa interessada, e iniciaram o processo de adoção com o Estado, porém, em razão de uma grande burocracia e também de demora, a pessoa desistiu”, lamenta.

Ainda de acordo com o agente, o Governo não estaria enviando recursos para o sustento dos animais. “A unidade Edson Cavalieri alega não ter dinheiro para arcar. Estamos tirando dinheiro do bolso para não deixá-los morrer à mingua e por meio de campanha nas redes sociais. Com R$ 3.500, de acordo com o levantamento que fizemos, é possível manter esses animais. Nada de forma grandiosa, mas, pelo menos, para dar uma qualidade de vida mediana para eles”.

Fome e risco de acidentes

Conforme a denúncia, em condições precárias, os animais estão passado fome, sede e desespero, o que estava impelindo alguns bichos a derrubarem cercas ou passar por cima delas, para procurar alimento. “Eles saem para a rua para buscar comida. Já tem boletim de ocorrência de registro de um ônibus que quase atropelou um desses animais; e outro (boletim) a respeito de uma motocicleta. Na última quinta-feira, ao visitar a fazendinha onde eles ficavam, constatamos que um animal já havia morrido de fome. Esse gado está pastando na divisa entre o Ceresp e a penitenciária. Como tem muito resto de comida no lixo da penitenciária, eles estão se alimentando desse lixo”, afirma.

Ele ainda pontua que, na última segunda-feira (17), outro animal teria morrido de fome, sendo sua carcaça retirada do local. “Tem animal agonizando, sofrendo. Já procuramos a direção da Edson Cavalieri, mas não tivemos resposta. É uma situação de maus-tratos contra esses animais. Eles não estão ficando mais no curral onde deveriam e estão fugido no meio do mato, espalhado pelo bairro, invadindo outras propriedades”, afirma. “No início da pandemia, quando foi suspensa a produção, os animais eram mantidos com o que havia de reserva, depois que essa reserva acabou, nada mais veio para a manutenção deles. Esses animais estão em pele e osso.”

Responsabilidades

À Tribuna, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que tomou conhecimento do fato apenas na terça-feira (18) e que, imediatamente, tomou providências para a resolução da questão. Conforme a pasta, a alimentação dos animais já foi disponibilizada e, nesta quarta (19), veterinários iriam fazer o atendimento com apoio de técnicos do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão da Secretaria de Estado de Agricultura, que ofereceu suporte. Segundo a secretaria, após a recuperação dos animais, será iniciado um processo de doação, asseguradas todas as condições legais e sanitárias que o caso requer.

A Sejusp ainda esclarece que os animais eram utilizados em uma parceria de trabalho com um empresário local. Detentos eram capacitados para ordenha e para a produção de laticínios em atividades laborais e de ressocialização de internos sob orientação de um parceiro responsável pela manutenção dos semoventes. Essa parceria foi rompida e, desde então, a Penitenciária de Juiz de Fora I (Penitenciária José Edson Cavalieri) era a encarregada pela manutenção dos animais. A pasta informa que uma investigação será instaurada para apurar possíveis responsabilidades.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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